O povo está cansado de não ter aquilo que não consegue ter.

O que tem em comum as palavras de ACJ, “Angola já não tem um povo que quer sofrer atoa”, do Bispo de Cabinda, “Vivemos uma miséria assustadora”, e do Abílio Kamalata Numa “Não é normal um homem viver na casa dos pais aos trinta anos”?

Exprimem o lugar comum que Angola deveria ser um pais rico, que a pobreza é uma anormalidade e o desenvolvimento um direito. Esta claro que dizem estas palavras para fins de mobilização eleitoral, pois a política de Angola se resuma a explicar porque que somos um pais pobre. Antigamente o MPLA apontava a guerra como causa da pobreza porem, depois da necessidade de afastar a tendência JES, passou a concordar com a oposição que o problema era era mesmo a corrupção. Porem é verdade que a pobreza é anormal em Angola ?



Dito de outro modo, o estilo de vida e a cultura do Angolano urbano permite o estilo de vida ocidental moderno que desejado ? Especifiquei Urbano pois um camponês que vive da agricultura de subsistência não é pobre segundo seus padrões, ele produz os produtos necessários para sustentar seu estilo de vida. Mesmo que de um ponto de vida monetário ele vive com menos de um dólar por dia, e chega a ser uma desonestidade o incluir nas estatísticas da pobreza.

Um dos principio básico da Economia moderna é que devemos produzir para consumir, sendo que parte do consumo do presente é sacrificada para investir na produção de amanha, investindo em equipamentos, conhecimento ou infra-estrutura, porem em Angola levamos esta lógica ao contrario, pensando que temos o direito de consumir independentemente da nossa produção. Alguém, algures, tem que pagar.

Sim sei que estou simplificando as coisas, até certo ponto, porem um exemplo simples de como consumimos sem se preocupar com a produção é que triplicamos a população de 2000 a 2022, passando de 15 a 45 milhões de pessoas, apesar da produção de alimentos tenha triplicado. Ao mesmo tempo que as pessoas choram que vivem em dificuldades e miséria, que a comida esta cara, porem fazem o mesmo numero de filhos que faziam quando a comida era barata. Nos países cujo o estilo de vida desejamos e queremos tanto imitar, uns até emigram a primeira oportunidade, um aumento do custo para a educação dos filhos se seguiu de uma redução do numero de filhos, pois as pessoas entenderam que era melhor ter menos filhos se pudessem lhes dar uma Universitária. A escolha contraria seria talvez valida, porem o que seria anormal é fazer escolhas que tornam impossível o objectivo desejado. Em Angola as pessoas não reflectem sobre o impacto de suas escolhas sobres suas condições de vida, pois a ideologia dominante lhe diz que ele é uma vitima de um sistema, de políticas publicas, um agente passivo. Sendo por isto que perduram em seus erros, os ensinando a sua progenitura, que os perduram, culpando o Estado pela consequência de seus actos.

Outro principio básico da Economia Moderna é a redução dos custos de segurança por meio de uma Cultura de Confiança, sendo que o empresário não precisa gastar excessivamente com segurança pois existe um respeito da propriedade privada, uma bem privado ou uma mercadoria pode ser abandonado sem supervisão por um tempo sem prejuízos. Sim existem criminosos e estes são reprimidos pela policia, porem estes são elementos marginais da sociedade, sendo por isto a origem da expressão “Marginal” que serve de sinonimo para criminosos em Angola. Porem em Angola temos uma cultura de desrespeito generalizado a propriedade privada, sendo que na verdades os Angolanos Honestos é que são os Marginais minoritários, pois tendo a oportunidade de roubar, a maioria dos Angolanos vai roubar. Isto aumenta os custos de fazer se negócios em Angola pois cada trabalhador, transeunte, ou mesmo parente é um potencial rapinador, ora até mesmo os parafusos de caminhos de ferro e de postos de alta tensão são judiados ! Esta cultura da rapina tem respaldo e apologia popular, quando vemos nas redes sociais pessoas justificando os assaltos aos camiões de alimentos, a criminalidade, prostituição, como justa “consequência da fome”. Parece que o estômago cheio é a única coisa que impede o Angolano de se transformar em Vandalo. Tendo em conta que o Governo e o Estado recruta seus funcionários no seio de seu povo, uma pratica socialmente aceitável ira se replicar no Estado, criando um estado de corrupção generalizado. Se a pessoa já é rapinador como cidadão privado, ele não mudara quando membro do Estado.

O investidor tem de gastar parte de seus lucros com segurança e sistemas de controle. Isto acaba sendo mais um custo que adiciona aos custos com transporte, energia, saneamento e impostos que deves pagar para ter um empreendimento em Angola. Sendo por isto que algumas empresas recorrem ao expediente de contratar estrangeiros de países com uma cultura mais honesta, porem isto enfurece aos Angolanos que gritam ao racismo … ao invés de reflectir sobre erros.

Obviamente que será difícil que as pessoas aceitam esta explicação, afinal não tem proveito político para nenhum dos Partidos envolvidos, e pode ate causar antipatia pois ninguém gosta de ouvir que tem culpas. Estou a dizer que o povo gosta de sofrer, que o povo não gosta de trabalhar ? Não, estou a dizer que os hábitos e actos do povo nas ultimas décadas não são compatíveis com o estilo de vida moderno que o povo deseja.

Responder que o Pais é rico em recursos naturais é como dizer que uma ambulância pode prevenir um atropelamento, pois os recursos naturais nos permitem apenas participar da riqueza de terceiros, trocando nosso petróleo pela comida da Argentina e pelos electrodomésticos chineses.
Primeiro, se estes perderem interesse em nossos recursos voltaríamos ao nosso estado de pobreza natural, como aconteceu ao Congo Democrático depois da queda dos preços do Cobre e o do Cobalto na década de oitenta.
Segundo, mesmo que a renda petrolífera fosse redistribuída ao povo, na forma de “boas condições de vida”, no final a população iria crescer até superar as receitas petrolíferas, gerando uma crise, como aconteceu com a Argélia. Isto esta a acontecer em Angola, quando vemos que a população passou de 30 a 45 milhões ao mesmo tempo que a produção petrolífera se mantém a volta dos 1 milhão de barris por dia durante os cinco anos.

A Arábia Saudita é actualmente o único pais produtor de petróleo que esta a tentar escapar da armadilha, sim parte dos “investimentos para diversificar a economia”, na boca de todos Angolanos, mas também por meio de uma mudança cultural que deixa claro que cada cidadão cidadão deve trabalhar produzir o que ele quer consumir, pois o tempo de viver a custa de terceiros acabou.
A pobreza tem de parar de ser um escândalo, as vezes é uma maneira que o universo encontrou para te dizer que estas no caminho errado, talvez tens de mudar, parar de desejar o que não podes conseguir, ou produzir mais para poder consumir. Talvez um quarto filho ou namorada, seja uma má ideia.

Como dizia Ortega e Gasset, “A vida é o que você faz, e o que te acontece”, porem em Angola temos apenas em conta a segunda parte, porque permite a oposição atacar o partido no poder, ao ponto de reduzir a sociedade e as pessoas ao estado de elementos inertes, e permite ao partido no poder fingir ser uma entidade super-poderosa que pode resolver nossos problemas em troca da lealdade.

Porque que os reis existiam no passado e porque que existem hoje ?

Porque que os reis existiam no passado e porque que existem hoje ? A Oposição acusa o MPLA de manipular o poder tradicional depois da destituição do Rei do Bailundo e agora o ACJ se arrasta diante do Rei dos Lunda-Tchokwe, porem qual é a relevancia real destes reis e regulos ?

No Congo parte das autoridades tradicionais transitaram para a política, e no Japão se transformaram em Elite Política e industrial, não por presente de políticos mas pelo simples facto de serem a elite natural de seus respectivos países.

Porem existe um momento em que esta elite oficial para de ser a elite natural e cede o lugar a outras elites, creio que isto é caso deste “reis” e sobas Angolanos, seu tempo ja passou e apenas vivem das glorias do passado, sei que isto pode chocar algumas pessoas porem estes reis não são um dado perene da natureza, o Reino do Kongo començou com Nimi a Lukeni por volta de 1400 e deixo de existir em 1760, sim tem pessoas que se reclama do antigo reino e até tiveram uma tentativa de voltar ao poder por meio da FNLA porem foram derrotados.

A Elite serve o seu povo, e deixa de ser Elite quando deixa de servir o povo, isto pode ser de modo material ou apenas moral, porem a natureza não permite o vazio.

Um esboço em construção

Angola Semana 23: Homens escravos das Mulheres, Adalberto Careca Mentiroso.

Um resumo das noticias de Angola Semana numero 23 do ano de 2022, uma escolha pessoal:

Homens escravos das Mulheres.

A família do cidadão de nome Dilermando Casimiro Diler acionou a Policia Nacional depois deste estar desaparecido por por alguns dias, porem este teria simulado, alegadamente, simulado o “sumiço” para estar no bem bom com a namorada, fora de rede, dentro de um resort. Será que os homens Angolanos tem tanto medo de mulheres, que não conseguem dizer a suas homens que eles não podem dormir fora de casa por terem mulher ? As Amantes parecem gostar de exigir este ritual de humilhação da esposa para se sentirem poderosas.

A Mulher do Diler recebendo uma dose de Facebook.

O Acontecimento serviu para mais um episódio do racismo histérico de cor Angolana, quando alguns alegaram que o caso do Diler teria sido priorizado por ele ser mulato, contrariamente a outros desaparecidos.

O Racismo é analfabeto, pois ele queria dizer “parcialidade” a favor dos mulatos, porem escreveu “imparcialidade”

Adalberto Careca Mentiroso.

O ISEP confirmou à SÁBADO que ACJ não terminou a formação, sendo que o interessado, ao invés de responder com provas, responde com conversa afiada. Fala só se é verdade ou mentira, os carecas gostam de conversas longas porque ?

O Marcolino Moco quebra seu dever de lealdade a verdade, como intelectual honesto, revelando suas cores de adepto do sofismo e do “tudo vale” para tirar o MPLA, questionando a “relevância da mentira de ACJ diante da gravidade das mentiras de JLO”. Porem ACJ cometeu falsidade ideológica, se apresentando durante anos com um titulo que não é seu, mentido sobre sua própria pessoa, e não sobre promessas ou dados económicos que podem ser sujeitos a interpretação.

Resposta de Marcolino Moco ao meu comentario.

Uma outra forma de defesa de ACJ, que se sente no artigo de Marcolino Moco é tentar fazer uma apologia da ignorância, um novo Lula que deve ser louvado por ser um homem sem estudos superiores, porem não é um sentimento honesto.

Os burros no poder ? Estamos cansados com os Diplomados !

As reacções a esta noticia apenas prova que o Angolano não esta interessado com a verdade, apenas a ter razão, pois agora que tem provar que o ACJ não é engenheiro, ou seja que mentiu este tempo todo sobre si por vergonha de sua realidade ou egocentrismo, agora alegam que não é necessário ser engenheiro para ser candidato da UNITA e presidente da Republica, ou que o Lula foi um grande presidente apesar de ser um analfabeto, efectivo e funcional.

Querem entregar o Poder do Estado a alguém que tem vergonha de sua própria vida e historia ?

Ernesto Manuel E se vocé não se importa que o gajo mentiu, esta fixe, cada um tem o direito de ser fanático, agora transformar a coisa em uma apologia do “Poder aos Burros” em simulacro apressado de Lula é o cumulo.

Quando o JLO acertou, de modo acidental, que a UNITA estava pronta a tudo para chegar ao Poder, pois parece que sacrificaram seu senso de honestidade pessoal, o que é um sinal de fanatismo, pois os dados da realidade são menos importantes do que o desejo de vencer.

Poderia ter sido uma boa oportunidade de por fim a febre de “doutaramania” da nossa cultura, que foi denunciada pelo malogrado Sr Mampuya no Folha8, que deveria passar pelo fim do titulo automático por meramente fazer o curso Superior antes de ter provado competência na área de estudo, talvez deveria existir “formado em Engenharia” e “Engenheiro”.

Texto de Marcolino Moco, para referencia:

Da brincadeira à seriedade, Marcolino Moco.

Deixem-me iniciar a brincar um pouco, mesmo que me venham a chamar de “velho sem juízo”. Como nos chamam alguns jovens, como se não viessem a envelhecer também. Volta-se a falar do diploma de ACJ, para os do “outro lado” berrarem que precisam de ver também a mesma papelada, em relação a JLO. Não faltam os da terceira via que clamam, isso sim, por experiência e sabedoria que os dois deveriam exibir em debate a dois, na TPA e TV Zimbo, estes que são os mais emblemáticos canais televisivos da nossa praça. Ora, dessas teses todas, resulta que o eleito para futuro PR deveria reunir a mais alta qualificação em canudos e muita experiência para aguçar a inteligência. Sem desprimor para muitos (o Doutor França Van-Dúnem nunca se mostrou interessado para essas coisas de encabeçar listas e o Doutor Alberto Neto, de tanto ser excluído, já não fala mais nisso), nessas condições só vejo eu, MM, Doutorado em Direito, na Universidade Clássica de Lisboa (ouçam bem “clássica”!) e o o Doutor Carlos Feijó (CF), Doutorado na Universidade Nova (novíssima!) de Lisboa e, os dois (aqui também devem ouvir muito bem!), na especialidade de Ciências Jurídico-Políticas. Nosso azar é que nenhum partido ou coligação se lembrou de nos convidar para seus cabeça-de-lista. Mas, haveria uma solução. Com todos os poderes à disposição da veneranda juíza conselheira Dra Laurinda, Presidente do TC, MM poderia ser colocado à frente do partido Onjango e CF na do Partido HUMANISTA, já que, mesmo que eventualmente @s Dr@s ou Engenheir@s Dinho e Bela Malaquias se tenham já doutorado, não terão tanta experiência política como nós (MM e CF) rsrsrsrsrsr…..

Agora falando a sério! Será que os mesmos órgãos de comunicação e com os mesmos patrões angolanos e portugueses, que previram que o “sistema” havia de combater Adalberto, “até à exaustão”, passam, nesta fase, a participar no mesmo combate sem quartel?

Por mim, enquanto o país não chega ao nível de Portugal ou Espanha, onde se dão ao luxo de ir investigar os canudos ou não canudos dos políticos ou onde o Rei Emérito terá ou não terá ido caçar, em alguma altura, continuarei a pensar sobre como fazer Angola funcionar melhor para os seus filhos. Acabar com a exclusão do “outro”, só porque é “outro”; acabar com a concentração e centralização dos poderes quase que numa só pessoa; estabelecer as autarquias; separar e dignificar todos os poderes da soberania do Estado; respeitar os direitos fundamentais e a dignidade dos cidadãos nacionais e estrangeiros honestos; perdoar o passado e evitar os mesmos erros no presente; construir estradas não descartáveis para o sangue do país circular melhor nas suas veias e artérias, este país vastíssimo e rico que chega para todos. Isto não tem de depender do canudo de uma só pessoa; será tarefa de todos, no dia em que nos libertarem de ideias mesquinhas. Claro que um PR com tantos poderes que a constituição actual lhe atribui, pode lançar o mote. Mas não precisa de ser “doutorado” ou “engenheirado. Sejamos pragmáticos e pensemos na nossa realidade.

Ana Dias Lourença prova que é filha da Eva.

Foto de Eva sorrindo ao entregar a maçã do bem e do mal, que recebeu da serpente Bambila Diabo, ao nosso Pai Adão no Jardim do Eden … Amar é ter a paciência de perdoar a tua mulher, mesmo quando a filha da Eva tenta te arrastar no erro do Falso Profeta Bambila !

Uma critica lucida contra o Kuduro

SOM NÃO “COMESTÍVEL”

“Batatinha frita…/ um, dois, três…/ Batatinha frita…/ um, dois, três…”

Soa, terrivelmente fanhosa, a voz de um certo “cantor” (as aspas são propositadas), que reprovaria na certa se fosse submetido a exame de acesso a um conservatório. E é na televisão nacional de maior audiência que ouvimos a tal “canção”…

“Eu fui na praia/ e encontrei um macaco/ a comer banana…”

E lá continua o tal cantor a entupir-nos os ouvidos com aquilo que não é música nem nada. Sempre na mesma estação televisiva que atrai multidão. Mas tem sido assim também nas rádios.

Mas o ponto agora é: sabendo que temos ouvido coisas piores que nos dizem tratar-se de música — e algumas com letras que apelam ao sexo explícito “ao tirarem e meterem” –, apetece-me perguntar se não é hora das autoridades fazerem sair uma portaria que trave esta onda de anti-cultura.

É que este tipo de “música” está a causar distorções no desenvolvimento dos nossos meninos e meninas, ao concorrerem com os conteúdos que eles aprendem na escola e nos lares.

Mesmo os mais crescidinhos vêem em tais “cantores” modelos a seguir, o que também atrapalha o seu desenvolvimento cognitivo e intelectual nos estabelecimentos de ensino convencional.

Não admira que muitos se expressem mal e apenas passem a vida a contorcer o corpo. Cantar e dançar aquilo que nos parecem ser, decididamente, géneros menores de arte, passaram a ser o zénite das aspirações de um número consideravelmente grande de jovens angolanos.

É terrível o discurso, baseado em “bifes”, que eles destilam nas plataformas sociais. Dobrando, apenas saem asneiras, palavrões e calão de muito baixo nível.

Portanto, que o mal não está todo na música que consomem, isto é verdade. Pois são muitos os factores que concorrem para esse estado de coisas. Mas a música é, claramente, um dos males que estão mais a mão. Pelo que pode e deve haver, sim senhor, algum tipo de “censura” nesta matéria. É preciso fechar imediatamente esta porta!

Se aos DJ’s de emissoras de rádios não for dada rédea solta para passar, nos seus programas, géneros musicais que só significam um atraso de vida, muito provavelmente os nossos jovens verão reduzidas as formas de acederem a eles. E também não entrariam com tanta facilidade em nossas casas.

Temos de convir que todo o som é audível. Mas nem todo o som deve ser “comestível”.

Por: Severino Carlos

João Pinto fala alguma coisa de jeito, e vai ao contra-senso do efeito manada generalizado em Angola que pede aumento de salários em empresas publicas e privadas, enquanto que as receitas do Estado e produtividade estão estagnadas.

Teorias da conspiração sobre o covid:

Foi previsto pela serie X-Files, ou seria apenas programação do imaginário ou uma conclusão lógica ?

X-Files previu a vacina ?

Alguns dos teóricos da conspiração concordam:

Uma maquina de modificar o DNA da Raça Humana.

A 7 sete eixos da UNITA para 2022, ou como falar sem dizer.

Estão em curso dois grandes problemas no mundo que afetam directamente Angola, e ausentes dos sete eixos do Partido que quer ser governo.

Os 7 sete eixos fundamentais do projecto de Governo da UNITA, para as eleições de 2022, apresentado pelo Adalberto da Costa Junior (ACJ) no Facebook, parece ser um exercício de montagem de colar de bunginganga, em que cada peça é adicionada ao fio pelo seu valor estilístico individual e não pela harmonia do conjunto, ao invés da harmonia lógica de frases que descrevem problemas reias e as soluções correspondente, estamos diante de um amontoado de palavras agradáveis aos ouvidos do eleitor Angolano.

Governo Participativo e Inclusivo, Nova Cultura de Governação

Programa Integrado de Emergência Nacional

Combate à Fome e à Pobreza (CFP)

Igualdade de Oportunidades

Reestruturação da Economia

Pluralismo na Comunicação Social

Valorização da Família

Adalberto da Costa Junio, 7 sete eixos fundamentais da UNITA, no Facebook.

O Economista José Macuva tem um excelente texto criticando cada um dos pontos, se for do seu interesse, sendo que aqui gostaria de por ênfase na ausência dos dois grandes problemas da actualidade no programa do Partido que quer ser governo em Angola: A Crise Mundial de Abastecimento de Alimentos e o Golpe de Estado Pandemia da OMS.

1- A Crise de Abastecimento de Comida causada pela Guerra na Ucrânia, contra a qual o Governo do MPLA tentou se preparar com a Reserva Estrategica Alimentar, sob a chuva de critica de uma UNITA , que não apresenta um plano alternativo, e que pelo contrario divulga uma retórica de apologia ao roubo de alimentos que pode dar cobertura aos motins da fome que podem acontecer se a crise piorar.

2- O Golpe de Estado Pandemia da OMS, uma tomada de controle sobre os governos nacionais sob desculpas do combate a Pandemia do COVID-19 pelo Império Americano, que tem como luva a OMS, e que será eternizada pelo “Tratado Global de Prevenção das Pandemias” que permitirá a decretar Estados Epidemiológicos sem consultar o Governo Nacional, e deste modo tomando o controle de seu sistema de saúde sob ameaça de embargos e sanções.

Parlamento Europeu Discute o Tratado Global de Prevenção das Pandemias.

A UNITA nada tem a dizer sobre o assunto e passou a Pandemia a insistir que o Governo não estava fazer o suficiente para combater a covid e que “morrem muita gente por aí nos bairros” segundo o ACJ, enquanto que o MPLA conseguiu criar uma política de “Hipocrisia Soberana”: 1) Anunciar que vai aplicar todas as medidas absurdas da OMS, 2) fingir incompetência para aplicar o mínimo de medidas necessárias para fazer propaganda televisiva, 3) manter o sistema de saúde sob controle do Governo Central. Isto permitiu que a maioria das pessoas vivessem a “pandemia” de maneira normal.

Uma UNITA desejosa de “mostrar trabalho” iria se comportar como a oposição da “Democratic Aliance” da África do Sul, que aplica de modo histérico as mesmas medidas da OMS no Governo Provincial da Cidade do Cabo, que o governo central do ANC, sob a esperança de impressionar as “instâncias internacionais” na esperança de receber algum apoio, mesmo as ditas medidas prejudicam seus eleitores e povo.

Esta cegueira da UNITA com o que passa a sua volta se manifesta no cavalo de batalha que escolheu, a fraude eleitoral, quando a Embaixadora Americana no Brasil ordena que não seja questionado a segurança das maquinas eleitorais, sendo que duvido que queiram ouvir falar do assunto da boca de um opositor de um pais do terceiro mundo, ao menos que queiram uma mudança de governo.

Sacrificar a Verdade em nome do Poder deveria ser um preço demasiado alto a pagar.

Comentário de José Macuva sobre a agenda governativa da UNITA.

Comentário de José Macuva sobre a agenda governativa da UNITA.

A UNITA está preparada e pronta para governar Angola com todos para o bem de todos. A nossa agenda governativa terá no centro das atenções, a realização plena do angolano, por via da implementação do programa de emergência nacional assente em sete eixos fundamentais, tais como:

– Governo Participativo e Inclusivo, Nova Cultura de Governação

– Programa Integrado de Emergência Nacional

– Combate à Fome e à Pobreza (CFP)

– Igualdade de Oportunidades

– Reestruturação da Economia

– Pluralismo na Comunicação Social

– Valorização da Família

Adalberto da Costa Junior, nota da Pagina Oficial da UNITA no Facebook, 15 de Maio de 2022

Texto de José Macuva Chipalanga:

A UNITA na pessoa do seu presidente apresenta-nos a sua linha de força assente nos setes pontos abaixo.

Devo dizer a respeito que em primeiro lugar os políticos não realizam tarefas que eles prometeram nas eleições. A acção de todos governos é elaborada depois que estejam no poder, atendendo os interesses do seu grupo de apoio, nomeadamente empresários e políticos.

Ainda assim, se quisermos dar o benefício da dúvida, muitas outras questões precisam ser esclarecidas. Para um leitor exigente, o importante não é apresentar o que irão fazer, mas sim como irão fazer isso. Nós precisamos uma explicação detalhada de como pretenderão alcançar as vossas propostas.

Por exemplo:

1- O que é isso de governo participativo e inclusivo? Um governo onde convivam comunistas, socialistas democráticos e libertários como eu por exemplo? Como isso iria se operacionalizar cada um puxando para o seu lado? Em que base assenta essa ideia de nova cultura de governação?

2- Em que assenta esse Programa Integrado de Emergência Nacional? Qual é o fundamento desse programa?

3- O actual governo também tem um programa de Combate à Fome e à Pobreza, que diga-se tem sido um fiasco completo é servido mais para os políticos drenarem o erário. É dos programas mais defendidos por políticos. E aí, como vocês combaterão a pobreza? Aliás, como é que se combate mesmo a pobreza? O que é mesmo a pobreza? Não estarão também imbuídos do engodo de confundir os diferentes níveis de padrões de vida com a pobreza? Vocês também não são da ideia de que todo mundo que vive em zonas rurais é pobre e fundamentar o vosso programa na base de assistencialismo? Eu escrevi um artigo sobre a pobreza, e tudo o que digo é que a pobreza não se combate com assistencialismo, mas sim com a liberdade. Liberdade significa menos estado importunado a vida dos produtores, menos impostos, burocracias e o respeito absoluto pela propriedade privada e contratos. Liberdade é a terra ser propriedade privada. Será isso que vocês defendem?

4- Igualdade de Oportunidades é o que? Que todos sejam iguais perante a lei? Como operacionalizar isso com sistema de legislação que como sabemos visa exclusivamente defender o interesse dos políticos?

5- Reestruturação da Economia, parece-me o ponto mais importante. Como se estrutura uma economia? Quererá isso significar diversificar a economia, que no fundo é dirigismo econômico? Sendo a economia, a lógica da acção humana, como bem diagnosticou Ludwig Von Mises, como é que se reestrutura? Vocês têm um sonho e querem que todos nós lutemos para concretizar o vosso sonho? Será que reestruturar a economia é uma especie de tornar o Huambo em Lisboa, ou Paris, para não falar em Califórnia? Voltando a Mises, ele dizia que a tarefa de um economista é dizer ao governo o que não deve fazer. Será isso que vocês pretendem? Já agora quem é o economista que coordena a política econômica da UNITA? Quais são os seus posicionamentos? É comunista, keynesiano, Chicaguistas?

6- Nos países mais liberais e por sinal desenvolvidos, não existe isso de Ministério da comunicação social, tão pouco agências reguladoras de jornalistas. É isso que pretendem?

7- Valorização da Família, como? Com toda depravação social causada pela política, união forçada de famílias, com o estado querendo chamar para si a educação das crianças, com um sistema judicial exótico, como poderão valorizar a família? O que é que está a corromper as famílias nacionais?

Por fim alguma das minhas questões. Que modelo de governo defendem para o nosso País? Pensam em alguma forma de descentralização real? ( não estou a falar da autarquia)

Qual modelo educacional vocês defendem? E o sistema judicial? Como pretendem gerir os recursos provenientes do petróleo?

Enfim, não basta manifestar uma cartilha de intenções, é preciso um política real e meios adequados para esses fins.

O que mata mais em Angola ? Covid-19, malária ou histeria?

O que mata mais? Covid-19, malária ou histeria?

Esta em curso na média e na sociedade uma polémica sobre o contraste entre as verbas dedicadas ao combate a covid-19 e os que são dedicadas as outras doenças, que estariam a “matar mais”, sendo que Angola viveria um “surto de malária” por conta do aumento de mortes e casos, como foi denunciado pelo Secretario da Ordem do Enfermeiros de Angola. Poderia se ignorar isto como mais um sintoma da doença nacional de critica constante ao Governo do MPLA, Critiquice Cronica Angola (CCA), porem a própria ministra da Saúde Sílvia Lututuca, membro do MPLA, disse a mesma coisa em 2020 , quando lamentava 10.000 mortes por malária, a diferença sendo que os primeiros dizem que a culpa é da incompetência do governo do MPLA que neglicência as outras doenças, como disse a UNITA, enquanto que os segundo dizem que a culpa é do covid-19 que esta a afugentar as pessoas dos hospitais.

Porem o que esta realmente a acontecer?

Porem parece me que vivemos sim uma crise de histeria nacional, em que reagimos não aos factos da realidade, mais sim aos nossos sentimentos e desejos, sendo existem dois grandes grupos: (1) O #MPLA que quer satisfazer seu desejo de ser visto como um bom governo pela comunidade internacional, (2) as oposições, a #UNITA e seus vizinhos, que querem o poder e fazem qualquer critica que lhes aproxima deste objetivo.

Sendo que o único questionamento publico a existência de uma epidemia de covid-19 em Angola, foi um feito de acrobacia mental do Adalberto da Costa Júnior (#ACJ) que denunciou a Covid-19 era um pretexto para impedir as manifestações de seu partido ao mesmo tempo que acusava o governo do MPLA de esconder o número real de mortos que seria muito mais elevado. Como uma epidemia pode ser falsa e grave ao mesmo tempo? Não sei, porem sei que com esta frase o ACJ consegue ao mesmo tempo agradar a OMS, ao falar da periculosidade da epidemia, e o publico oposicionista. Alem de demonstrar que o governo do MPLA esta em um empasse, porque muitas pessoas têm dúvidas quanto a necessidade das medidas da OMS, porem não tem a coragem de o dizer, e se reservam o direito de criticar duramente o governo por “negligencia” caso este não seguir as medidas da OMS. Um exemplo estrangeiro disto sendo a campanha que visa pinta o presidente Jair Bolsonaro de “genocida” responsável pela morte de um milhão de brasileiros na pandemia de covid-19. Um sintoma da decadência da inteligência moderna, em que as palavras perdem todo sentido, uma moda iniciada com a acusação de genocídio no actual #Congo RDC feita contra o Rei dos Belgas Leopoldo II.

Como reconhecer um surto de malária?

Um surto é o aumento de casos ou mortes de uma doença acima dos números dos anos anteriores. Se reverem os artigos de media relacionados a malária em Angola vai notar que todos os anos se fala em um aumento de casos de malária, uma espécie de epidemia permanente, o que é manifestamente impossível. Porem como é politicamente lucrativo divulgar notícias negativas sobre Angola para chocar a audiência, com imagens de morte e pobreza, ninguém se pergunta com esta impossibilidade acontece. O número total de casos de malária depende de 3 factores: O ambiente em que se reproduzem os mosquitos, a cultura das vítimas potencias (como usam meios de prevenção como mosquiteiros, etc), e o número de vítimas potenciais.

Os dois primeiros factores mudam pouco porque dependem do clima e da cultura das pessoas, coisas que dificilmente mudam, o terceiro facto, o número de vítimas potencias aumenta todos os anos com o crescimento da população Angolana. Sendo que antes de declarar que um aumento de casos seja um surto devemos ter a certeza que seja apenas a consequência do aumento população. Feito isto vemos que de 2016 a 2019 o número de casos de por 100.000 variava entre 38 a 59, sendo que o grande surto de que a ministra da saúde falava em 2020 com os 10.000 mortos até junho correspondia a uma taxa anual de 58 mortos por 100.000 habitantes. Basta dividir o número total de mortes pela população do pais para cada ano.

Infelizmente para 2021 não temos dados do número de mortos até ao momento a nível nacional, sendo que apenas temos artigos ou declarações alarmistas sobre “aumentos de casos” da forma mais emocional possível, como ao dizer “que morrem 30 pessoas por dia por malária”. Por isto não é possível saber se existe um surto ou não.

Claro que alguém poderia dizer que o aumento do número de mortos reflete a má condição dos hospitais e número insuficiente de hospitais para atender a população, sendo que não tenho objeções a primeira observação, porem para a segunda me parece absurda. Se um Angolano sabe que existe um número insuficiente de hospitais públicos para o atender de forma gratuita, pelo menos na optica do usuário porque alguém algures esta a pagar com impostos ao menos que seja financiado com a renda petrolífera, e sabe que não tem capacidade financeira ser atendido em um hospital privado, então porque traz ao mundo crianças para que morram por falta de cuidados médicos ?

Parte do número de mortes por doenças em Angola exprime esta irresponsabilidade das pessoas, sendo por isto que as vezes levam as crianças ao hospital publica já em fase terminal.

O secretario do Sindicato de Enfermeiros Angolanos pensava chocar a audiência quando “a malária mata mais que a COVID-19”, porem mesmo que a pior previsão da OMS de 10.000 mortos em Angola se materializasse, ainda assim teriam matada menos do que a media 18 a 20 mil de mortes anuais por malária em Angola.

As duas perguntas que não se colocam, por estarem relacionadas com os factos ao invés do interesse político das duas partes, MPLA e oposições, são:

  1. Tendo em conta os custos que impõem as pessoas quando se compara ao número de casos e mortes, as medidas de confinamento são necessárias?
  2. Se acharmos as medidas desnecessárias, poderias desobedecer as ordens da OMS?

Uma terceira pergunta: quantas pessoas que participaram nos protestos contra “brutalidade policial”, que foi um outro caso de histeria, e os outros protestos da oposição contraíram COVID-19? Porque seus participantes juravam serem heróis que “enfrentaram o perigo de vida” porque o “#racismo ou governo é piores que a covid-19”

Duvido que Angola vai sobreviver a este surto de histeria, porque não pode ser saudável para a mente procurar soluções que não funcionam para problemas que não existem diante de riscos imaginários.

No dia 17 de Junho a Ministra Silvia Lutucuta anunciou que “já morreram 5000 de malária em Angola de Janeiro a junho”, o que pode corresponde a 50% dos casos totais de 2020, se acreditas no ministério da saúde ou fontes independentes.

Lugares Comuns da Política Angola: O MPLA, os Canibais da FNLA, e a UNITA.

Lugares Comuns da Política Angola: O MPLA e os Canibais da FNLA.

Os lugares comuns são historias ou formulas verbais que se tornaram em “conhecimento comum”, verdades quase sagradas conhecidas por todos e evocadas para suscitar nas pessoas uma reação quase sempre padronizada. Um destes lugares comuns na política Angolana é a famosa historia do como o MPLA propagou boatos sobre a suposta pratica de Canibalismo pela FNLA antes da independência. Este lugar comum tem como função demonstrar que o MPLA pratica propaganda suja contra seus adversários, e foi evocada recentemente pela UNITA para diminuir a importância de boatos que seu presidente não seria elegível a presidência da Republica por ter dupla nacionalidade.

Os lugares comuns são inevitáveis porque todas as pessoas não podem ser especialistas em todos os assuntos, porem muitas vezes o lugar comum também é uma mentira, ou pelo menos uma meia-mentira, repetida em nome da “democracia”, como no caso da “diabólica propaganda contra a UNITA”. Para se perceber isto eu vou pedir que o leitor viaje comigo para Luanda em 1974.

És um jovem Africano que viu Luanda passar de uma cidade segura para um campo de batalha entre os “três movimentos de Libertação”, diante da incompreensível passividade da tropa Portuguesa que nem proteger teus vizinhos brancos, sendo que ouviste historias dos massacres de 1961 perpetrado pela FNLA no norte de Angola: mulheres e crianças estupradas, bebes mortos, homens esquartejados e mutilados, sejam de raça branca, negra e ou mestiça, sejam de etnia Mbundu, Kongo ou Portuguesa. Sendo para piorar a FNLA traz consigo tropas do Congo-Zaire, aquele pais em que os os terroristas conhecidos como Simbas cometeram crimes maiores e ainda mais atemorizadores do que os cometidos pela FNLA em Angola.

Tendo em mente esta informação, o jovem Africano de Luanda em 1974 precisaria de muita imaginação para acreditar que a FNLA teria no seu seio Canibais Sanguinário ?

Porem ao se repetir o lugar comum da “calunia da MPLA contra a FNLA” sem dar a plateia esta informação, se passa a impressão que o MPLA tem uma maquina de propaganda muito eficaz, quando na verdade sem os crimes da FNLA de 1961 esta calunia não seria tão facilmente aceite pelo povo, ou seja para mentir as vezes precisas de uma verdade para ser alicerce do exagero.

A segunda parte do lugar comum, que a calunia teria destruído a FNLA, também é verdade apenas se ignorares dois elementos importantes: primeiro, o poder da FNLA nunca dependeu da simpatia do povo de Luanda ou mesmo do Norte de Angola, dependia apenas de sua força militar. Segundo, a força militar da FNLA foi destruída pelo Holden Roberto quando lançou o grosso de sua tropa contra um ataque frontal sem suporte de artilharia eficaz, contra os conselhos de seus aliados Sul Africanos. Mesmo que seja verdade que a batalha não teria acontecido se o FNLA não fosse expulsa de Luanda, em parte pela acusação de canibalismo, sem a batalha do Kinfangondo o seu poder militar e sua existência como partido ainda teria sido viável.

Claro que isto pouco importa para o político que esta pronto a dizer qualquer coisa para mobilizar pessoas e atingir o poder, porem as pessoas normais devem resistir este tipo de praticas porque quando acreditamos em mentiras sobre o passado treinamos a nossa mente para acreditar em mentiras no futuro, tanto na política como na nossas vidas pessoas.

Não tenho opinião sobre o mérito da alegação, que Adalberto da Costa Jr (ACJ) seria inelegível por ter dupla nacionalidade, tendo apenas a impressão que o espírito de torcida dos anti-MPLA esta ir ao limite do fanatismo, pode se notar isto por exemplo facto de passarem de questionadores das origens étnicas e da nacionalidade dos políticos do MPLA, chamavam o José Eduardo dos Santos (JES) de São Tomense e criticavam o MPLA por ter brancos e mestiços, a denunciadores entusiásticos da xenofobia em defesa do ACJ, com a mais normal hipocrisia do Mundo.

Escrevi dois artigos sobre o assunto:

A Angolanidade de ACJ, ou a Oposição Angolana descobre a xenofobia da Oposição Angolana.

Domingos da Cruz desmascara o maior Racista de Angola em seu novo livro, “Racismo, O Machado Afiado”

Acredito que estamos diante de possibilidades distintas: Trata-se de uma calunia, trata-se de um acto de incompetência por parte do candidato ACJ ou do aparelho administrativo do Partido que esqueceu de verificar o requisito do posto para o qual se candidatava, ou foi uma escolha consciente da UNITA. A primeira opção seria uma desonra e vergonha para o MPLA por recorrer a uma artimanha de baixo calibre, a segunda opção provara que a UNITA não passa de amadores sem seriedade quem nem conhecem os requisitos dos lugares que querem ocupar, e a terceira significaria que a UNITA quer criar um clima de tensão política e conflito eleitoral, usando desqualificação de seu candidato para reforçar a narrativa da eleição ilegítima, pois parece que eleição legitima acontecem apenas se o Galo Negro for o vencedor.

A Angolanidade de ACJ, ou a Oposição Angolana descobre a xenofobia da Oposição Angolana.

Vários membros da oposição Angolana denunciaram os ataques “racistas e xenófobos” do MPLA contra o Adalberto da Costa Jr, Presidente da UNITA, de uma campanha mediática do MPLA sobre a sua dupla nacionalidade e sua ascendência parcialmente Portuguesa, porem ironicamente estes tipos de ataques tem sido parte do arsenal retórico da oposição contra o MPLA durante décadas.

Em 2012 o deputado da UNITA Makuta Nkondo “desafiou dos Santos a demonstrar as suas origens. Há décadas que a UNITA alega que o Presidente é santomense” … sem que os tenha causado qualquer tipo de consternação nos que hoje denunciam a xenofobia e o racismo.

Resumo perfeito de um internauta.

Não será possível sumarizar aqui a história do uso do discurso racista e xenófobo em Angola neste breve artigo, por isto apenas citar dois temas mais recorrentes:

  1. Racismo “O MPLA é um partido de brancos e mestiços”:Citado pelo próprio Savimbi como um dos motivos pela sua não adesão ao partido e uma das linhas de ataque constantes da FNLA contra o MLPA, que continua vivo até presente por meio do culto ao alegado genocídio do 27 de maio, especialmente quando sabemos que parte da discurso de Nito Alves se resumia a ataques de dos brancos e mestiços dentro do Partido e que os livros do General Fragas faz questão de realçar os “assassinos brancos”. Achar estranho que o MPLA esteja cheio de mestiços seria como estranhar que a UNITA tenha muitos Bailundos ou que a FNLA tenha muitos Bakongos, pois são estas as pessoas que viviam nas zonas e nos grupos sociais que os fundadores dos três partidos preferiam recrutar, por estarem disponíveis e serem de confiança.
  2. Xenofobia – As origens dos dirigentes do MPLA: Um tema recorrente da retórica da oposição Angolana tem sido de questionar a “Angolanidade” dos dirigentes do MPLA, alegando que JES teria nascido em São Tomé e JLO seria um Congolês Catanguês, ou que seus pais tenham sido estrangeiros sem que até hoje se tenha apresentado qualquer tipo de prova. Nota se que o mito do presidente estrangeiro é recorrente em África, com outros exemplos sendo a origem nigeriana do Omar Bongo, Centro Africana do Mobutu ou Ruandesa do Kabila, talvez uma sequela de mentes simplistas que acredita que basta ter laços de sangue para que o chefe da aldeia seja bom com seus súbditos, por isto o seu fraco desempenho ou maldade deve se ao facto de ele ser secretamente estrangeiro, fruto de uma infidelidade de sua progenitora. Porem no mundo moderno em que a economia e a sociedade sofrem influencia de mil factores, muitos dos quais fora do alcance do governo local, reduzir a política a uma questão de origem foi o expediente dos preguiçosos mentais incapazes de discutir problemas mais complexos.

Nunca a oposição se preocupou em denunciar estes  rumores, porem agora que as mesmas armas se voltam contra seu líder, em um ataque obviamente hipócrita e oportunista do MPLA, que visa a fazer “lembrar” aos Kwachas que eles são um partido Nacionalista Negro Bantu que não deveria ser liderado por um “laton”, as meretrizes se fingem de freiras e juram terem entrado no bordel por puro engano.

Este tipo de retórica continua em voga nos meios da oposição como foi provado pelo facto do Domingos da Cruz, que se quer teórico dos Revús, publicar um livro francamente racista sem que tenha suscitado o mesmo nível de inquietação no seio de nossas forças “democráticas”.

Pode ler uma breve resenha que escrevi sobre o livro: https://roboredo.home.blog/2020/12/25/domingos-da-cruz-desmascara-o-maior-racista-de-angola-em-seu-novo-livro-racismo-o-machado-afiado/

Marcolonino Moco denunciou o “bullying racista e xenófobo” contra líder da UNITA, porem em seu livro “Angola Estado Nação” estava em parte preocupado com o facto do MPLA ter no seu topo “alguns mestiços”.

Nota: Porque usar a palavra “bullying” que esta associada a crianças ao invés de outra mais apropriada a um confronto político entre adultos ?

A oposição, civil e partidária, quer se outorgar o direito de violar o princípio da não contradição, ou seja, que não podes mudar de argumentos durante uma discussão, para ganhar razão a todo o custo, sem primeiro reconhecer seu erro. Ou seja, eles não se indignaram por serem contra o racismo e a xenofobia, pois ainda a pouco tempo usavam este ataque contra o MPLA, ou porque o MPLA se tenha realmente tornado em uma organização racista e xenófoba, o que no mínimo deveria ser provado por meio de uma purga de Rui Falcão e outros pesos pesados do partido por motivos apenas raciais, mas apenas porque eles dirão tudo para conseguir chegar ao poder e temem que seu eleitorado habituado com discurso sobre origens dos dirigentes do MPLA apliquem a mesma lógica ao presidente da UNITA.

Ainda mais interessante foi a reação de um escritor do Correio Angolense que resume a reação do Angolano da oposição ao caso:

1- Choque diante da hipocrisia do MPLA levantar perguntas sobre as origens do ACJ.

2- Amnésia total quanto uso desta mesma tática pela oposição faz décadas.

3- Denunciar a hipocrisia do MPLA de atacar o ACJ pela sua ascendência Portuguesa porque o MPLA seria o “verdadeiro partido dos mulatos”, deste modo reconhecendo que concordam com a retórica racista, e lamentam apenas que foi usado contra o alvo errado.

Outros exemplos:

Sem precedente exceto por exemplo o Nito Alves em 1977 ?