Portugal não deve pagar “reparações históricas”.

Portugal não deve pagar “”reparações históricas” as colonias.

Apesar do que disse o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal não deve pagar “reparações históricas”, especialmente para Angola, pela “escravatura e colonialismo”, nas palavras do presidente do partido Chega, nem sequer de um euro.

Os crimes históricos que deveriam ser compensados pelas ditas “reparações históricas” são exagerados além das proporções, definidos de forma totalmente vaga, em uma linguagem ideológica e não concreta.

Escravatura não é culpa exclusiva de Portugal.

Primeiro, a escravatura, que é na verdade o trafico transatlântico de escravos na costa que corresponde hoje ao litoral de Angola, Congo Democrático e Congo-Brazzaville, que condiz a África Central do Oeste, teve a participação de Portugal de 1501 a 1869 na condição de armador. Portugal é responsável apenas pelo transporte dos Escravos até de seus portos, Luanda e Benguela, até ao Brasil, a captura e o transporte de escravos até a costa é iniciativa de Africanos, entre Elites Políticas e Comerciantes, que são estranhamente isentas de quaisquer pedidos de desculpas ou compensação financeira. O Tribunal Provincial de Luanda esta situado no palacete de uma destas figuras.

De 1869 a 1888, quando é proclamada a Abolição da Escravatura no Brasil, a responsabilidade de Portugal é reduzida ainda mais, pois tendo o abolido a escravatura e o trafico para se conformar a decisão da Grã Bretanha a por fim ao trafico a nível do mundo, não pode ser responsabilizado pelo contrabando de escravos que floresceu ao longo da costa, desde Ambriz até Cabinda, em portos Africanos fora de sua jurisdição que embarcavam escravos em navios Brasileiros e Americanos, como sempre, estes são isentos de pedidos de desculpas ou compensação financeira.

Sobre a natureza hedionda do trafico, apesar da condição de escravos ser sempre uma tragédia, a parte portuguesa do trafico era menos sangrenta se comparada com o trafico Sahariano, em que os homens eram castrados e obrigados a atravessar o deserto a pé, morrendo mais da metade por infecção e sede. Recomenda-se o livro o Genocídio Velado, TIDIANE N’DIAYE, para quem quer conhecer esta realidade. Porém a imagem que temos da escravatura é baseada em caricaturas oriundas de novelas da Globo. Se Portugal tem que pagar pela sua parte, então uma factura tem de ser enviada aos países da África do Norte.

Segundo, a ferocidade do trafico de escravos é exagerado para fins de propaganda política.

Sabemos que por volta de 5.6 milhões de Africanos, capturados por traficantes Africanos durante 400 anos em uma zona que tinha uma população de aproximadamente 7 milhões de pessoas, o que corresponde a uma taxa de escravização externa de 0.2% da população, ou seja 15.000 pessoas por ano, em media. Claro que as vitimas da escravatura não são apenas aqueles são embarcados nos portos, mas também as pessoas que morreram durante o transporte até a costa e a violência da captura porém estes foram actos Africanos. Ou estes estavam sob o poder magico de Portugal ? Como pomos correios, trabalhavam de modo mecânico sem vontade própria ?

Estas violências não foram de uma intensidade suficiente de modo a criar migrações causadas pelo trafico, como as que foram desencadeadas pelas Razias dos Arabizados na Bacia do Congo, pelo contrario, a medido que se aproximamos do fim do trafico, as caravanas vem de cada vez mais longe. Desde a Zâmbia na véspera da conferencia de Berlim, como pode se ler no livro “Pioneiros Africanos” de Beatrix Heintze, e isto apesar das zonas costeiras não terem sido despovoadas pois tiveram até um aumento de população, como Thornton prova para o Reino do Congo, o que indicada que as sociedades da costa esgotaram o numero de pessoas que poderiam dispensar para o trafico externo de voluntaria e tinham força militar suficiente para fazer vingar esta decisão. Na verdade é mais provável um Africano, da África Central do Oeste, acabar como escravo no mercado domestico, por ser capturado em combate ou preso por um crime, do que acabar nas Américas, alias sabendo que se o trafico Sahariano fez 17 milhões de vitimas, era mais provável acabar se castrado em em Cairo do que a cortar cana em Belém.

Colonialismo não foi mau para Angola.

Primeiro, colonialismo nada mais é do que transformar um região em um território nacional do Ponto de vista internacional e estrangeiro do ponto de vista nacional, os habitantes nativos da colonial sentem se como estrangeiros em seu próprio pais, não tendo direitos políticos e vendo seu território explorado a favor da metrópole.

Definido o que é uma colonialismo, Portugal teve colónias apenas entre a conferencia de Berlim (1884 – 1885) e o fim da Guerra colonial em 1975, antes disto tinha apenas postos comerciais na costa, Luanda e Benguela, e mantinha relações de tipo feudal, que eram normais nestas partes de África, com os diferentes potentados locais.

Claro que os Angolanos tiveram o direito de lutar pela sua independência política, porém a indignação diante do conceito colonialismo é totalmente histérica, pois todos os povos praticaram colonialismo e ainda hoje temos varias colónias, mesmo que tenham uma estatuto administrativo que pareça ser normal. A opressão e exploração das pessoas são apenas contingências que podem acontecer em contextos coloniais, mas não o definem. Taiwan passou a ser Chinesa depois de Luanda ter sido fundada por Paulo Dias de Novais, será que a China teve desculpas e relações históricas aos nativos austranesios da ilha ?

O colonialismo não é um crime por definição, pode se falar em crimes individuais cometidos durante o actor de conquistar e administrar uma colónia, porém se termos em conta as guerras e chacinas que advieram em Angola depois do fim da colónia, aliada a uma regressão económica que foi apenas abrandada pela maná petrolífera, Portugal não foi um má potencia colonial e deveria pelo contrario receber a nossa gratidão, por ter usado de pouco violência para criar um pais coerente com infra-estrutura eficaz e economia funcional.

Americanização

Do lado de Portugal, a ideia que “Reparação Histórica” é mais um sintoma da rápida Americanização da cultura Portuguesa, que tem o seu ápice no facto de uma empresa portuguesa pagar para usar a Marca CNN, pois a expressão é uma tradução directa da expressão inglesa “historic reparations”, que deveria ser traduzida em português para “compensação histórica”, pois a palavra reparação não tem o sentido de pagamento mas apenas de concerto em Portuguesa.

Do lado de Angola, estamos diante de uma apropriação da condição de descendente de vitimas do trafico de escravos, condição exclusiva dos Africanos das Américas, que são realmente descendentes de escravos, sendo que é mais provável que um Africano de África seja descendente de traficante. Pois como os únicos negros com que o Americano conhece é o descendente de escravos, os Africanos de Africanos devem assumir a mesma identidade e papel para pode se conformar ao mundo global Americanizado.

Perpetuar o Poder das Elites vigentes em Angola.

As Elites Angolanos derivam sua legitimidade da luta contra o Governo Português de Angola, sendo que esta no interesse deles exagerarem a gravidade do colonialismo, de pois a garantir gratidão eternas do povo. Chega ao ponto da parodia no caso da FNLA, que dedicou seu tempo de antena eleitoral para nos lembrar que foram eles que iniciaram a guerra … belo facto histórico, porém como é que isto lhes permite lidar com os problemas presentes e futuros de uma Angola navegando um mundo complexo ?

As Elites Angolanas mataram 8 vezes mais pessoas nas suas guerras civis do que Portugal matou em 13 anos de guerra colonial. Claro que há necessidade de exagerar os crimes de Portugal para esconder os seus.

A condição colonial era insuportável para as Elites de Angola, sendo lhes vetada o Poder, porém para a maioria dos Angolanos, a condição colonial não é muito diferente da do imigrante Angolano em Portugal: tem direito a participar da economia sem ter o direito a participação política.

Os perigos da histeria contra o colonialismo.

A histeria diante do colonialismo tem em germe um novo impulso revolucionário que pode destruir Angola. Pelo silogismo que sendo o colonialismo ilegítimo, Angola é ilegítima por ser uma criação colonial, o MPLA é ilegítimo por ter recebido o poder das mãos do colono, logo vamos destruir Angola e construir um outro pais “puramente Africano”.

A revolução é crime contra o povo, e submeter Angola a mais uma é um acto diabólico.

Quebrar o mito da guerra e ocupação colonial sangrenta é o primeiro passo para a maturidade mental de Angola.

Angolano não muda de vida ao emigrar.

Me mostra quem é que foi lá fora e a vida mudou.

Você é um pobre aqui, vai lá fora e continua sendo um pobre lá fora. Um pobre com acesso ao autocarro, passeio, água na torneira.

Naice Zulu:

O Naice Zulu esta certo em suas palavras, sendo que basta se usar meios indirectos para avaliar o desempenho económico dos emigrantes Angolanos.

Primeiro, os Angolanos da diáspora enviam pouco dinheiro para Angola, apenas 12.6 milhões USD em 2021 e 13.9 milhões USD em 2022, isto para um universo de aproximadamente 380.000 Angolanos a viver no exterior, segundo um relatório do “Migration Policy Institute” de 2020, ou seja apenas 35$ por Angolano no Exterior.

Segundo, não há evidencia de excelência económica dos emigrantes Angolanos, por exemplo Angolanos não constam da lista de estrangeiros empregadores em Portugal, apesar de contar com uma comunidade de 32.000 pessoas com uma longa historia e similaridade cultural, sabendo se que em 2020, os brasileiros representaram 26,7% e os chineses 16% dos imigrantes empregadores em Portugal. Nas posições seguintes apareceram franceses (5,7%), seguidos de britânicos (5,2%), espanhóis (4,9%), ucranianos (3,2%), italianos (3,1%), alemães (3%) e indianos (2,6%).

Nos EUA, os Nigerianos são um imigrantes com rendimentos mais altos, qual é a posição económica dos Americanos ?

Sim, o Puto Prata, colega do Naice que virou operador de empilhadora nos EUA, esta a “mostrar maquinas na America”, só que ter um carro daquele tamanho nos EUA é algo normal para pessoa pobre, pois a venda de bens de luxo para pobres é uma táctica de negócios normal na América, com os ricos muitos vezes tendo gostos mais modestos, sendo que os lares com rendimentos anual abaixo de 50.000$ representam 27% dos compradores de bens de luxo, um grupo mais numeroso que os lares com rendimentos acima dos 150.00$ que consomem os mesmos produtos. O Livro “The Millionaire Next Door” é recomendado para quem quer entender paradoxo do pobre vivendo adornado de bens de luxo, pois os ricos são péssimos clientes de bens de luxo porque preferem guardar dinheiro para investir, preferindo ter uma vida modesta para ter dinheiro no futuro, enquanto que os pobres compram bens de luxo para demonstrar uma aparecia de opulência no presente, a custa da capacidade de ganhar mais no futuro . Recomendo este resumo do livro em dez minutos.

Uma parte dos Angolanos que emigram são na verdade expatriados, no sentido que seu estilo de vida não depende da economia do pais de residência. Os Angolanos expatriados em Portugal, usando o seus salários pagos em Angola, não conseguiriam sustentar seu estilo de vida se estivessem a trabalhar em Portugal, pais aonde a media salários é baixa, sendo que não faz sentido dizer que “mudaram de vida para melhor”, pois se tivessem que trabalhar em Portugal mudariam de vida para pior, não estando muito diferentes dos Angolanos que vivem de apoios sociais, na sua incapacidade de usufruir do estilo de vida desejado no pais de residência. O pobre continua pobre, e a pessoa de classe media só continua na classe media mediante rendimentos usufruídos em Angola.

Apesar da retórica vista nas redes sociais, os Angolanos não fazem emigração por desespero, afinal não estamos entre as nacionalidades que tentam emigrar por rotas perigosas, com risco de vida como pela Líbia, risco alto de fracasso por deportação, o perfil do emigrante Angolano é de alguém que pede um visto e viaja de avião.

Isto mostra que a retórica da “fuga de cérebro” não tem base na realidade, pois o Angolano emigra maioritariamente para países com economia estável aonde pode usufruir um estilo de mais confortável estando na mesma classe social. Qual é a proporção de Angolanos que emigram para países desconfortáveis a busca de oportunidades de negócios, como fazem, em Angola, os Oeste-Africanos ?

As paginas de rede social como emigrantes decisivos mostra um padrão de emigração longe do desespero:

O Angolano é emigrante do conforto.

Sim, vale a pena ser pobre na América do que em Angola, sim que o Naice tem razão, só mudaste de lugar aonde vais ser pobre, e quando as condições que criam teu conforto na emigração desaparecer, vais ter de voltar para Angola para continuar a ser o que sempre foste.

É. Se essa terra é nossa, nossos velhos lutaram por ela, nos ensinaram a lutar por ela, vamos ficar aqui. Tá difícil, tá difícil.

Me mostra quem é que foi lá fora e ficou fácil. Ninguém. Me mostra quem é que foi lá fora e a vida mudou.

Ninguém. Você é um pobre aqui, vai lá fora e continua sendo um pobre lá fora. Um pobre com acesso ao autocarro, passeio, água na torneira.

Naice Zulu, no Goza TV

O que Portugal fez por Angola

O que Portugal fez por Angola.

Foi triste ouvir o presidente JLO a repetir retórica de estilo Afrocrata, dizendo que “[nos do MPLA] fizemos mais em 50 que o Colono fez durante 500 anos, eles deixaram brinquedos em comparação com o que fizemos”, sendo necessário repor-se os factos.

Primeiro, os Portugueses não “colonizaram Angola durante 500 anos”, tendo controlo de todo o território de 1914 a 1974, ou seja um período de 60 anos, dentro do qual foi quase tudo o que define a Angola moderna. Convido as pessoas a visitarem a página Luanda do antigamente para saberem se foram construídos brinquedos. A estrada da serra da Leba, as grandes cidades modernas em todo território, o caminho de ferro de Benfica, e muito mais.

Segundo, antes de 1888 a presença Portuguesa se limitava a Luanda e Benguela, com parte das províncias do mesmo nome, que serviram de plataformas de comércio, exportação e importação, onde convergiam caravanas vindas do território que viria a ser Angola. A população Africana e Portuguesa era pequena, e não precisava se construir muito, porém ainda assim construir maravilhas como a Fortaleza de São Miguel e a Igreja Maria Pia.

Terceiro, além do legado material, Portugal nos deixou um legado cultural e político valioso, quando construiu um território coerente, unido por língua e cultura comum.

O legado cultural é expresso na língua, que permite a comunicação em todo o território sem criar sentimentos de sujeição, que poderiam ocorrer se Ambundus fossem obrigados a falar Ovimbundu, como acontece no Congo Democrático, nosso vizinho.

O legado político é expresso no direito de todo Angolano de transitar e se albergar em todo o território sem temer as arbitrariedade de potentados locais. Pois antigamente as pessoas perdiam seus direitos políticos e culturais quando fora de sua zona étnica, tendo de se assimilar ou usurpar o poder local. Até o Rei Congo deveria fazer rituais anuais para pedir autorização para residir em algumas das localidades que conquistou, enquanto que caravanas de mercadorias eram sujeitas a toda a sorte de chantagens ao longo de seu percurso, como acontece no Congo Democrático, nosso vizinho.

A retórica Afrocrata é  nociva porque não tem como objetivo descrever a realidade, mas sim criar e intensificar sentimentos de ódios de modo a permitir a ascensão dos Afrocrata a um poder, seja este cultural ou político, sendo que muitas vezes acaba defendendo teses contraditórias, resultando em uma diminuição da inteligência total da sociedade. A divulgação desta ideologia pelo nosso presidente é mais uma derrota da inteligência nacional, não sendo uma coincidência que a UNITA e a Isabel dos Santos, recentemente, tenham discursos do mesmo teor, pois virou senso comum entre os angolanos.

Claro que a independência política de Angola é valiosa e sua conquista foi necessária, porém o preço pago por todos foi demasiado alto, e incapacidade de fazer melhor nos obrigada a negar a existência do passado, por pura vergonha. O perigo de não se aceitar está verdade, que é muito difícil construir, é se passarmos pelo mesmo caminho por conta da arrogância revolucionária que destrói tudo porque acha que é fácil construir algo melhor. Já imagino um presidente da UNITA dizendo, em 2050, que seu fez mais por Angola em 4 anos do que o MPLA em 70 anos …

Na qualidade de líder político, não deveria dizer às pessoas apenas o que elas querem ouvir, como neste caso, mas também tem de dizer a verdade de modo a servir de exemplo aos que poderiam se acovardar, como aconteceu quando disse, de maneira acertada que “pobreza não é desculpa para criminalidade”. Pela positiva, movidos pelo seu extremismo, talvez os anti-JLO se sintam obrigados a ter uma visão positiva do período colonial só para não concordar com o JLO.

Arquivo: DGS de Portugal sem justificativa técnica para medidas sanitárias um ano depois do inicio da Pandemia de covid / Coronavirus

Em Fevereiro de 2021, o Ministério da Saúde (MS) e a Direcção-Geral de Saúde (DGS) foram intimados judicialmente, por tribunal, a dar resposta a 16 questões colocadas sobre a gestão da pandemia de Covid-19.

De modo sucinto, 14 respostas foram do tipo “não temos esses documentos”, e dizem ainda que só houve 152 mortes por Covid-19, até 18 de Abril de 2021, registados no SICO — o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito da DGS.

Estas 16 perguntas tinham como objectivo a divulgação pública da documentação oficial usada como base de sustentação científica para:

— fiabilidade dos testes PCR para identificação de infecções;

— distinção sem erro, nos testes PCR, entre a presença de Sars-Cov-2 ou do virus influenza (o da gripe);

— prova de correlação entre positividade e infecciosidade nos testes PCR

— documentação oficial do número máximo de ciclos de amplificação a respeitar;

— distinção de matéria inactiva e reprodutiva;

— fundamento para quarentenas e confinamentos em assintomáticos;

— prova da não existência de dano colateral físico e psíquico do uso de máscaras por crianças, jovens e adultos;

— prova de eficácia do confinamento de assintomáticos;

— prova que as vacinas experimentais de mRNA não representam perigo a médio e longo prazo;

Covid-19 em Angola : uma experiência mental e uma nova era.

Vou pedir ao leitor que me siga em uma experiência mental sobre como seria gerir um crise política e sanitária em Angola em 2020, qualquer semelhança com a realidade sendo mera uma coincidência.

No dia 15 de Marco de 2020, pelas 15 horas, o teu assessor, o querido Bajulino, te diz que vazou na imprensa online e nas redes sociais informações sobre primeiro caso de COVID-19 em Angola.
Isto levanta várias perguntas:
1. A avaliação de risco sanitário feita e que não colocou Portugal na Lista de Países de risco foi incorreta ?
2. O governo Português não foi sincero e não comunicou a nos a situação real ?
3. Os teus serviços de inteligência em Portugal não foram capazes de te avisar da situação real ?

Lembrando que Portugal tomou a primeira medida de contenção no dia 10 de Março ao encerar as escolar, alguma coisa falhou porem já não há tempo para corrigir isto agora. Sendo que agora te resta apenas reagir, porem tendo em conta os Angolanos acompanharam com ansiedade o desenrolar da epidemia nos outros países, por meio das redes sociais, o único ato político que pode satisfazer a opinião publica e ser eficaz ,do ponto de vista sanitário, seria de encerrar as fronteiras de forma imediata, especialmente com Portugal.
Porem isto traria 3 problemas políticos graves:
4- Levantara duvidas sobre a eficácia das medidas de rastreio nos aeroportos e a possibilidade que outros casos passaram pela malha Sanitária.
5- Criara a imagem de uma presidente reactivo apesar de ter o exemplo de outros países desde Janeiro de 2020. [B]
6- Vários membros da Elite Angolana, incluindo a tua filha, estando em Portugal, aonde podem ter um estilo de vida moderno ausente em Angola, apesar dos Talatonas e outros remendos, seu repatriamento em voos especiais poderá criar publicidade negativa, imagine um “Marimbombo Airlines” no 4 de fevereiro, e ser contrastado com o “abandono” dos Estudantes Angolanos em Wuhan. Isto significa que houve uma falha nos pontos 1, 2 e 3.
O que o leitor faria ?
Existem duas opções: A primeira sendo de encerar as fronteiras imediatamente, e a segunda envolve o seguinte:
7. Pedir que a OMS publique um comunicado desmentindo que Angola tenha um caso de coronavirus. (resolve o problema 4)
8. O Presidente anuncia o enceramento das fronteiras, em vigor dentro de poucos dias, apesar do pais não ter nenhum caso confirmado de coronavirus, isto permite criar uma imagem de firmeza. (resolve o problema 5)
9. Manter os voos comerciais para permitir o retorno dos membros da Elite escondidos dentro de centenas de passageiros normais, e assim evitar que se cria imagens de um “Marimbombo Airlines” a resgatar estes. (resolve o problema 6)

Depois de resolver estes 3 problemas criaste um quarto problema: trazer centenas de Angolanos diretamente de Portugal cria um grande risco de importar o vírus, porem tua Ministra da Saúde resolve isto ao sugerir quarentena obrigatória no Calumbo para todos só passageiros.
Depois de uma ligeira manobra política para salvar sua imagem, coisa muito normal ate em países do primeiro mundo, consegues também preservar o bem comum.
Porem aqui tudo saiu dos carris no dia 18 de Marco quando os passageiros vindos de Lisboa se insurgem diante da aparente recusa da filha do ministro do Interior de cumprir a quarentena obrigatória, exigindo que fossem também autorizados a “usufruir de quarentena domiciliar como ela”, e de uma maneira inexplicável foram todos “soltos depois de assinar termos de responsabilidade, depois da ministra da Saúde ceder ?
Sendo que agora tens dois problemas adicionais, sendo que agora tens 3:
10. Importaste centenas de pessoas de um pais com alto risco,
11. Espalhou-se dezenas de possíveis contaminados em varias províncias ao invés de os ter concentrados em um só local, o Calumbo.
12. A tua credibilidade acabou de ser destruída.

O que levaria o teu colaborador a criar uma situação de publicidade negativa deste modo ?

Explicações possíveis:
1- As condições Sanitárias do centro de quarentena não são suficientes para impedir o contagio entre os internados.
2- O primeiro caso de COVID-19, seja o desmentido, real ou o oficial, criou um foco de contaminação na população local e teu colaborador sente que a filha não estará segura no centro de quarentena.
3- As condições de habitabilidade do centro de quarentena são precárias.

Isto contradiz toda as informações que recebeste do teu ministro da Saúde, sendo que tens duas opções: Exonerar o ministro ou o manter no cargo ?
Exonerar seria uma admissão que a resposta do governo a Pandemia falhou, e te retira a possibilidade de exonerar ela depois, se as coisas realmente saírem do controla mais tarde, e manter ela no cargo necessitaria apenas mais supervisão e consultoria da externa. O que farias ?

Resta saber o que fazer do Ministro do Interior por quebrar a ordem de quarentena, sendo por cima o coordenador da comissão Inter-ministerial de combate ao COVID19 em Angola ?

Poderias o exonerar de maneira publica e humilhante, afinal tua alcunha sendo mesmo a de “Exonerador Implacável” o povo apreciaria, porem o futuro ex-ministro sendo um aliado próximo poderás criar um inimigo implacável, por isto tens outras opções como uma manter ele no cargo apesar de desobedecer de maneira direta a uma ordem tua, o que pode ser péssima para teu prestigio, ou o exonerar de maneira “lenta” primeiro com uma quarentena domiciliar que o afasta do Cargo e depois por uma transferência para uma província como forma de castigo. O que farias ?

Por ultima resta centenas de Angolanos, retidos Portugal, Brasil e África do Sul por conta do encerramento das fronteiras, que desejam regressar, entre passageiros “normais” e membros da Elite, tendo a seu dispor 3 caminhos: [1]repatriamento imediato, e vais mitigar o risco sanitário com quarentena obrigatória, ao mesmo tempo levantar duvidas sobre a “dureza” do encerramento das fronteiras, [2]podes prestar assistência a estes nos países retidos ate o fim da epidemia, [3] podes colocar as pessoas em per-quarentena nos países de origem e em uma segunda quarentena ao chegar em Angola. O que farias ?

A próxima carta que tens disponível será declarar o Estado de Emergência, com duas escolhas:
1- Declaração imediata e com efetividade imediata,que daria uma imagem de firmeza, porem que poderá estar descoordenada se faltou preparação ou por conta do problema que tens com teu ministro do Interior.
2- Usas algum artificio burocrático, como o conselho da republica, para ganhar alguns dias que te permitira mobilizar o dispositivo.

O que farias ?

Angola entrou em uma nova era, sem que nossas Elites, MPLA e oposição, tenham notado.

Angola sempre foi um pais fácil de governar, por quatro motivos, primeiro porque sempre tinha uma potencia estrangeira interessada em nos, seja pela nossa tossicar estratégica, por exemplo como base para invadir as republicas brancas da a África do Sul e Rodésia ou para ameaçar as rotas de navegação do Atlântico Sul, ou por causa de recursos valiosos que poderiam ser explorados em total isolamento do resto do pais, como acontece com o petróleo ou diamantes, e terceiro porque o governante Angolano, e seus dependentes e clientes, podem sempre podiam viajar ao exterior para escapar do mau resultado de seus programas de governo. aceder a tratamento medico, educação e mesmo residencial de nível moderno que não esta disponível aqui apesar de todos os Talatonas e Condomínios, e finalmente, e finalmente poder comprar no mercado internacional consultoria e tecnologia sem se preocupar com o fomento de infraestruturas e talentos locais, apesar que existiu algum esforço de recrutamento local como a “Angolanização” no sector petrolífero ou a necessidade de distribuir empregos a milhares de simpatizantes.
Com a produção do petróleo de xisto americana e a diminuição do consumo em um ocidente economicamente moribundo, o que isto retirou a Angola a primeira e segunda vantagem, sendo por isto que o Presidente Xi Jiping nao passou um cheque em branco ao JLO no inicio do mandato, o que levou Luanda a procurar um plano B baseado em uma “virada neo-liberal”, uma mistura de privatizações de grupos do Estado e investidores estrangeiros, encarnada pela ministrar Vera Daves. e que acaba de morrer com o COVID-19. A terceira e quarta vantagem, viajar para exterior para escapar de seus erros e adquirir material e serviços no exterior com , esta temporariamente indisponível por conta da natural global da Pandemia e poderá ser tornar indisponível a longo prazo por causa da redução a longo prazo das receitas petrolífera e do excesso de capacidade de produção no mundo, por exemplo se o Irão, Venezuela ou Líbia voltaram a seus números históricos a pressão sobres preços seria enorme.

Sendo que o COVID19 é a primeira crise do nosso pais que tem de ser resolvida com meios próprios e liderança local, e parece que não será a ultima, a era da facilidade acabou.