As greves constantes é a politica do Ensino Superior da UNITA.

As greves constantes é a politica do Ensino Superior da UNITA.

As greves constantes no Ensino Superior são parte da politica do Ensino Superior da UNITA, o que parece ser paradoxal porque esta partido não esta no governo, porem governar é gerir parte da sociedade por meio de seu poder, que é a capacidade de ser obedecido pelas pessoal, sendo que a UNITA decidiu que os alunos do Ensino Superior Publico não devem assistir aulas. Porém as noticias sobre as manifestações realizados no dia 17 contra o Governo do MPLA e em prol do recomeço das aulas, pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), e com resultou com a detenção do seu presidente pela ilegalidade da mesma nos termos das leis, e o protesto da Associação dos Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, não mencionam este facto importante. Isto deixa a impressão nos leitores que os protestos foram organizados porque as condições do Ensino Superior são realmente péssimas ou inaceitáveis.

A realização de greves constantes foi decidida pela UNITA e anunciada aos seus parceiros no Discurso da Terceira Revolução Angolana (TRA) proferido por Kamalata Numa em Novembro de 2020, Sendo que o Sindicato dos Professores Angolanos (SINPROF), o MEA e outros associações de Estudantes estavam na plateia, não manifestaram oposição e estão a agir em conformidade com o plano. O Plano do Numa é de realizar greves permanentes que possam gerar um estado de crise permanente e um fluxo de noticias negativas contra o governo, por meio de caderno reivindicativos irrealistas ou vagos, e dizendo aos grevistas que devem negociar de má fé para evitar que se chegue a um acordo. Pois o objetivo não é resolver os problemas que são alegados com este governo do MPLA, mas de “ajudar a UNITA a chegar ao Poder” por meio de publicidade negativa, porque a UNITA vai resolver todos os vossos problemas”. Seria o equivalente aos trabalhadores da AngoReal entrarem em greve para levar a empresa a falência porque a MACON vai comprar o negocio e resolver todos os seus problemas. Alguns dos pontos do caderno reivindicativo do SINPROF são absurdos, por exemplo o fim de uso das batas, e a “não à mercantilização do ensino, pois em Angola há mais colégios privados que escolas públicas”, especialmente esta ultima pois com o fim do sistema comunista e adopção do sistema de mercado ensino privado é legitimo e não é da conta do SINPROF, ao menos que falemos das bancarias. As sucessivas greves também não fazem sentido quando 7 dos 10 dos pontos do caderno foram atendidas pelas Ministerio da Educação (MED), normalmente a resolução de pontos de cadernos revendicativos devem levar ao fim da greve e do conflito laboral, porem como o SINPROF foi instruido a negociar com má fé, pois “todos os problemas vão ser resolvidos com o Governo da UNITA”, mantém um radicalismo e ritmo de greves como houvesse falta de negociações.

Sabendo disto fica mais fácil perceber o porque de repetidas greves em instituições publicas, por exemplo o Sindicato dos Enfermeiros esteve presente na reunião da Terceira Revolução Angolana e esta a se comportar como o SINPROF, porem existe também um efeito de contagio em que Sindicatos que não estavam presentes, pelo menos de modo publico e não há provas que aderiram ao plano de modo privado, como o Sindicatos do oficiais de justiça, e para impedir um contagio na Policia o Governo aumentou de modo preventivo o salario dos effectivos da Policia em 2021. Alias sabendo se que os Sindicatos estão agindo de boa, cumprindo uma agenda politica, entende-se que o governo tome uma postura mais agressiva com o corte de salario para Enfermeiros Grevistas e a substituição de professores grevistas por outros funcionários do MED no controle das provas, como auxiliares de Limpeza, e ameaça passar a descontar salários por ausências não justificativas, o que foi apontado como “uma falta de respeito ao sector” pelo MEA, que nunca esta longe nesta historia. Porém sem saber-se este dado ficamos apenas com a impressão que o “governo esta a ser maldoso contra funcionários públicos que pedem melhorias para o bem de todos”.

Sim, a UNITA ainda não esta “no Poder”, ou seja no Governo, porém influenciou um aumento generalizado dos salários da função publica em uma conjuntura económica mundial marcada pelo aumento de custos e queda de produção, e tenho a certeza que o FMI provavelmente advertiu contra estas medidas porém o Governo do MPLA deve ter justificado as mesmas como politicamente necessárias, e aceite outras medidas de rigor orçamental para compensar, pense em algo como o fim do subsidio dos combustíveis. Mesmo que esta ultima medida seja objetivamente salutar na minha opinião. Sendo que é provavel que o MPLA esteja consciente da manobra, e o Celso Malavoloneke escreveu sobre o aumento da intolerância politica na oposição, que é um dos sintomas da TRA , porém obvio que vai descontado como falando apenas para “defender o seu partido”, e ninguém esta disposto a ouvir o que é contrario a sua narrativa favorita, algo paradoxal para quem diz lutar pela Democracia, pois esta sem livre debate é igual a casamento sem Amor.

Porém o aumento de custos com pessoal, tanto por causa do aumento de salários individuais como pelo aumento do numero de funcionários públicos para “mostrar trabalho”, tem como consequência direta a redução de dinheiro disponivel para investir em infraestruturas necessárias. Isto não esta no programa da UNITA, porém uma consequência directa de uma decisão que tomou, porém esta decisão não é conhecida do publico e ninguém pede contas a UNITA pelas consequências de sua decisão, pois vigora em Angola a ideia que um partido só tem acção politica quando esta “no Poder” e controla o governo, o que é conveniente pois impede qualquer critica contra UNITA e apresenta a sua ascensão ao Governo como a única solução possível.

Sendo que chegamos a uma situação totalmente teatral em que o MEA protesta contra o Governo sabendo que a Greve foi ordenada pela UNITA, e isto expõem o caracter fraudulento desta onda de greves: Pois são realizadas com um objetivo, quando na verdade tem outro objetivo escondido que não é apresentado ao publico supostamente beneficiada.

Existe um maniqueismo ingenuo na politica Angolana, que tendo definido o MPLA como o Mal Absoluto, decide automaticamente que tudo que lhe seja oposto como um Bem Absuloto e por isto issento de criticas, sendo que as pessoas não querem aceitar os factos como estão de maneira clara, e vão alegar que as greves são espontaneas e que a UNITA não é culpada, porém os factos são claros: A UNITA decidiu que o tempo e a formação dos alunos do Ensino Superior Publico é menos valioso que seu objetivo de chegar ao Poder por meio de uma serie de greves que crie má publicidade para o Governo do MPLA, porque esta confiante que vai conseguir resolver todos os problemas quando chegar no Poder. Porém isto inclui os problemas dos alunos do ensino Superior que criou ? Os alunos não foram consultados e não o direito de escolher se querem estudar ou participar na greve.

O Poder é a capacidade de mandar as pessoas fazer algo, seja por persuasão ou por imposição, e governar é usar o seu poder para administrar parte da sociedade. Sendo que a UNITA usou o seu poder, claro que limitado e menor relativamente ao poder do MPLA, para sacrificar a formação superior de Angolanos possivelmente pobres, porque se fossem de classe media talvez estariam de certeza em uma universidade privada, porque isto lhes permite gerar publicidade negativa contra o MPLA. Isto é a politica de Edução Superior da UNITA neste momento, mesmo que ainda não esteja no Governo, o que chamamos corriqueiramente de Poder.

Este dado essencial da situação actual não é discutido e alias negado por parte dos interessados, não por que é mentira mas porque revelar seu plano é inconveniente. Vou deixar uma pergunta para o leitor: Se fora do Governo a UNITA acha normal usar a mentira e ter agendas inconfessas para atingir seus objetivo, tendo apenas um poder informal e parcial, irá se comportar de maneira diferente dentro do Governo ? Dizer que o MPLA faz o mesmo não é uma resposta legitima, cada parte da nossa sociedade tem de corrigidas para o bem de todos, fazer o mal sob desculpa que o outro o pratica apenas garante que o mal vai vencer. A Democracia não se resume simplesmente a escolher seu governante por meio de eleições, pois o direito de escolher não tem sentido se não existe um respeito pela verdade.

Pode assistir o Discurso sobre a Terceira Revolução Angola neste atalho, e tirar as suas conclusões:

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