Portugal não deve pagar “reparações históricas”.

Portugal não deve pagar “”reparações históricas” as colonias.

Apesar do que disse o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal não deve pagar “reparações históricas”, especialmente para Angola, pela “escravatura e colonialismo”, nas palavras do presidente do partido Chega, nem sequer de um euro.

Os crimes históricos que deveriam ser compensados pelas ditas “reparações históricas” são exagerados além das proporções, definidos de forma totalmente vaga, em uma linguagem ideológica e não concreta.

Escravatura não é culpa exclusiva de Portugal.

Primeiro, a escravatura, que é na verdade o trafico transatlântico de escravos na costa que corresponde hoje ao litoral de Angola, Congo Democrático e Congo-Brazzaville, que condiz a África Central do Oeste, teve a participação de Portugal de 1501 a 1869 na condição de armador. Portugal é responsável apenas pelo transporte dos Escravos até de seus portos, Luanda e Benguela, até ao Brasil, a captura e o transporte de escravos até a costa é iniciativa de Africanos, entre Elites Políticas e Comerciantes, que são estranhamente isentas de quaisquer pedidos de desculpas ou compensação financeira. O Tribunal Provincial de Luanda esta situado no palacete de uma destas figuras.

De 1869 a 1888, quando é proclamada a Abolição da Escravatura no Brasil, a responsabilidade de Portugal é reduzida ainda mais, pois tendo o abolido a escravatura e o trafico para se conformar a decisão da Grã Bretanha a por fim ao trafico a nível do mundo, não pode ser responsabilizado pelo contrabando de escravos que floresceu ao longo da costa, desde Ambriz até Cabinda, em portos Africanos fora de sua jurisdição que embarcavam escravos em navios Brasileiros e Americanos, como sempre, estes são isentos de pedidos de desculpas ou compensação financeira.

Sobre a natureza hedionda do trafico, apesar da condição de escravos ser sempre uma tragédia, a parte portuguesa do trafico era menos sangrenta se comparada com o trafico Sahariano, em que os homens eram castrados e obrigados a atravessar o deserto a pé, morrendo mais da metade por infecção e sede. Recomenda-se o livro o Genocídio Velado, TIDIANE N’DIAYE, para quem quer conhecer esta realidade. Porém a imagem que temos da escravatura é baseada em caricaturas oriundas de novelas da Globo. Se Portugal tem que pagar pela sua parte, então uma factura tem de ser enviada aos países da África do Norte.

Segundo, a ferocidade do trafico de escravos é exagerado para fins de propaganda política.

Sabemos que por volta de 5.6 milhões de Africanos, capturados por traficantes Africanos durante 400 anos em uma zona que tinha uma população de aproximadamente 7 milhões de pessoas, o que corresponde a uma taxa de escravização externa de 0.2% da população, ou seja 15.000 pessoas por ano, em media. Claro que as vitimas da escravatura não são apenas aqueles são embarcados nos portos, mas também as pessoas que morreram durante o transporte até a costa e a violência da captura porém estes foram actos Africanos. Ou estes estavam sob o poder magico de Portugal ? Como pomos correios, trabalhavam de modo mecânico sem vontade própria ?

Estas violências não foram de uma intensidade suficiente de modo a criar migrações causadas pelo trafico, como as que foram desencadeadas pelas Razias dos Arabizados na Bacia do Congo, pelo contrario, a medido que se aproximamos do fim do trafico, as caravanas vem de cada vez mais longe. Desde a Zâmbia na véspera da conferencia de Berlim, como pode se ler no livro “Pioneiros Africanos” de Beatrix Heintze, e isto apesar das zonas costeiras não terem sido despovoadas pois tiveram até um aumento de população, como Thornton prova para o Reino do Congo, o que indicada que as sociedades da costa esgotaram o numero de pessoas que poderiam dispensar para o trafico externo de voluntaria e tinham força militar suficiente para fazer vingar esta decisão. Na verdade é mais provável um Africano, da África Central do Oeste, acabar como escravo no mercado domestico, por ser capturado em combate ou preso por um crime, do que acabar nas Américas, alias sabendo que se o trafico Sahariano fez 17 milhões de vitimas, era mais provável acabar se castrado em em Cairo do que a cortar cana em Belém.

Colonialismo não foi mau para Angola.

Primeiro, colonialismo nada mais é do que transformar um região em um território nacional do Ponto de vista internacional e estrangeiro do ponto de vista nacional, os habitantes nativos da colonial sentem se como estrangeiros em seu próprio pais, não tendo direitos políticos e vendo seu território explorado a favor da metrópole.

Definido o que é uma colonialismo, Portugal teve colónias apenas entre a conferencia de Berlim (1884 – 1885) e o fim da Guerra colonial em 1975, antes disto tinha apenas postos comerciais na costa, Luanda e Benguela, e mantinha relações de tipo feudal, que eram normais nestas partes de África, com os diferentes potentados locais.

Claro que os Angolanos tiveram o direito de lutar pela sua independência política, porém a indignação diante do conceito colonialismo é totalmente histérica, pois todos os povos praticaram colonialismo e ainda hoje temos varias colónias, mesmo que tenham uma estatuto administrativo que pareça ser normal. A opressão e exploração das pessoas são apenas contingências que podem acontecer em contextos coloniais, mas não o definem. Taiwan passou a ser Chinesa depois de Luanda ter sido fundada por Paulo Dias de Novais, será que a China teve desculpas e relações históricas aos nativos austranesios da ilha ?

O colonialismo não é um crime por definição, pode se falar em crimes individuais cometidos durante o actor de conquistar e administrar uma colónia, porém se termos em conta as guerras e chacinas que advieram em Angola depois do fim da colónia, aliada a uma regressão económica que foi apenas abrandada pela maná petrolífera, Portugal não foi um má potencia colonial e deveria pelo contrario receber a nossa gratidão, por ter usado de pouco violência para criar um pais coerente com infra-estrutura eficaz e economia funcional.

Americanização

Do lado de Portugal, a ideia que “Reparação Histórica” é mais um sintoma da rápida Americanização da cultura Portuguesa, que tem o seu ápice no facto de uma empresa portuguesa pagar para usar a Marca CNN, pois a expressão é uma tradução directa da expressão inglesa “historic reparations”, que deveria ser traduzida em português para “compensação histórica”, pois a palavra reparação não tem o sentido de pagamento mas apenas de concerto em Portuguesa.

Do lado de Angola, estamos diante de uma apropriação da condição de descendente de vitimas do trafico de escravos, condição exclusiva dos Africanos das Américas, que são realmente descendentes de escravos, sendo que é mais provável que um Africano de África seja descendente de traficante. Pois como os únicos negros com que o Americano conhece é o descendente de escravos, os Africanos de Africanos devem assumir a mesma identidade e papel para pode se conformar ao mundo global Americanizado.

Perpetuar o Poder das Elites vigentes em Angola.

As Elites Angolanos derivam sua legitimidade da luta contra o Governo Português de Angola, sendo que esta no interesse deles exagerarem a gravidade do colonialismo, de pois a garantir gratidão eternas do povo. Chega ao ponto da parodia no caso da FNLA, que dedicou seu tempo de antena eleitoral para nos lembrar que foram eles que iniciaram a guerra … belo facto histórico, porém como é que isto lhes permite lidar com os problemas presentes e futuros de uma Angola navegando um mundo complexo ?

As Elites Angolanas mataram 8 vezes mais pessoas nas suas guerras civis do que Portugal matou em 13 anos de guerra colonial. Claro que há necessidade de exagerar os crimes de Portugal para esconder os seus.

A condição colonial era insuportável para as Elites de Angola, sendo lhes vetada o Poder, porém para a maioria dos Angolanos, a condição colonial não é muito diferente da do imigrante Angolano em Portugal: tem direito a participar da economia sem ter o direito a participação política.

Os perigos da histeria contra o colonialismo.

A histeria diante do colonialismo tem em germe um novo impulso revolucionário que pode destruir Angola. Pelo silogismo que sendo o colonialismo ilegítimo, Angola é ilegítima por ser uma criação colonial, o MPLA é ilegítimo por ter recebido o poder das mãos do colono, logo vamos destruir Angola e construir um outro pais “puramente Africano”.

A revolução é crime contra o povo, e submeter Angola a mais uma é um acto diabólico.

Quebrar o mito da guerra e ocupação colonial sangrenta é o primeiro passo para a maturidade mental de Angola.

Angolano não muda de vida ao emigrar.

Me mostra quem é que foi lá fora e a vida mudou.

Você é um pobre aqui, vai lá fora e continua sendo um pobre lá fora. Um pobre com acesso ao autocarro, passeio, água na torneira.

Naice Zulu:

O Naice Zulu esta certo em suas palavras, sendo que basta se usar meios indirectos para avaliar o desempenho económico dos emigrantes Angolanos.

Primeiro, os Angolanos da diáspora enviam pouco dinheiro para Angola, apenas 12.6 milhões USD em 2021 e 13.9 milhões USD em 2022, isto para um universo de aproximadamente 380.000 Angolanos a viver no exterior, segundo um relatório do “Migration Policy Institute” de 2020, ou seja apenas 35$ por Angolano no Exterior.

Segundo, não há evidencia de excelência económica dos emigrantes Angolanos, por exemplo Angolanos não constam da lista de estrangeiros empregadores em Portugal, apesar de contar com uma comunidade de 32.000 pessoas com uma longa historia e similaridade cultural, sabendo se que em 2020, os brasileiros representaram 26,7% e os chineses 16% dos imigrantes empregadores em Portugal. Nas posições seguintes apareceram franceses (5,7%), seguidos de britânicos (5,2%), espanhóis (4,9%), ucranianos (3,2%), italianos (3,1%), alemães (3%) e indianos (2,6%).

Nos EUA, os Nigerianos são um imigrantes com rendimentos mais altos, qual é a posição económica dos Americanos ?

Sim, o Puto Prata, colega do Naice que virou operador de empilhadora nos EUA, esta a “mostrar maquinas na America”, só que ter um carro daquele tamanho nos EUA é algo normal para pessoa pobre, pois a venda de bens de luxo para pobres é uma táctica de negócios normal na América, com os ricos muitos vezes tendo gostos mais modestos, sendo que os lares com rendimentos anual abaixo de 50.000$ representam 27% dos compradores de bens de luxo, um grupo mais numeroso que os lares com rendimentos acima dos 150.00$ que consomem os mesmos produtos. O Livro “The Millionaire Next Door” é recomendado para quem quer entender paradoxo do pobre vivendo adornado de bens de luxo, pois os ricos são péssimos clientes de bens de luxo porque preferem guardar dinheiro para investir, preferindo ter uma vida modesta para ter dinheiro no futuro, enquanto que os pobres compram bens de luxo para demonstrar uma aparecia de opulência no presente, a custa da capacidade de ganhar mais no futuro . Recomendo este resumo do livro em dez minutos.

Uma parte dos Angolanos que emigram são na verdade expatriados, no sentido que seu estilo de vida não depende da economia do pais de residência. Os Angolanos expatriados em Portugal, usando o seus salários pagos em Angola, não conseguiriam sustentar seu estilo de vida se estivessem a trabalhar em Portugal, pais aonde a media salários é baixa, sendo que não faz sentido dizer que “mudaram de vida para melhor”, pois se tivessem que trabalhar em Portugal mudariam de vida para pior, não estando muito diferentes dos Angolanos que vivem de apoios sociais, na sua incapacidade de usufruir do estilo de vida desejado no pais de residência. O pobre continua pobre, e a pessoa de classe media só continua na classe media mediante rendimentos usufruídos em Angola.

Apesar da retórica vista nas redes sociais, os Angolanos não fazem emigração por desespero, afinal não estamos entre as nacionalidades que tentam emigrar por rotas perigosas, com risco de vida como pela Líbia, risco alto de fracasso por deportação, o perfil do emigrante Angolano é de alguém que pede um visto e viaja de avião.

Isto mostra que a retórica da “fuga de cérebro” não tem base na realidade, pois o Angolano emigra maioritariamente para países com economia estável aonde pode usufruir um estilo de mais confortável estando na mesma classe social. Qual é a proporção de Angolanos que emigram para países desconfortáveis a busca de oportunidades de negócios, como fazem, em Angola, os Oeste-Africanos ?

As paginas de rede social como emigrantes decisivos mostra um padrão de emigração longe do desespero:

O Angolano é emigrante do conforto.

Sim, vale a pena ser pobre na América do que em Angola, sim que o Naice tem razão, só mudaste de lugar aonde vais ser pobre, e quando as condições que criam teu conforto na emigração desaparecer, vais ter de voltar para Angola para continuar a ser o que sempre foste.

É. Se essa terra é nossa, nossos velhos lutaram por ela, nos ensinaram a lutar por ela, vamos ficar aqui. Tá difícil, tá difícil.

Me mostra quem é que foi lá fora e ficou fácil. Ninguém. Me mostra quem é que foi lá fora e a vida mudou.

Ninguém. Você é um pobre aqui, vai lá fora e continua sendo um pobre lá fora. Um pobre com acesso ao autocarro, passeio, água na torneira.

Naice Zulu, no Goza TV

O que Portugal fez por Angola

O que Portugal fez por Angola.

Foi triste ouvir o presidente JLO a repetir retórica de estilo Afrocrata, dizendo que “[nos do MPLA] fizemos mais em 50 que o Colono fez durante 500 anos, eles deixaram brinquedos em comparação com o que fizemos”, sendo necessário repor-se os factos.

Primeiro, os Portugueses não “colonizaram Angola durante 500 anos”, tendo controlo de todo o território de 1914 a 1974, ou seja um período de 60 anos, dentro do qual foi quase tudo o que define a Angola moderna. Convido as pessoas a visitarem a página Luanda do antigamente para saberem se foram construídos brinquedos. A estrada da serra da Leba, as grandes cidades modernas em todo território, o caminho de ferro de Benfica, e muito mais.

Segundo, antes de 1888 a presença Portuguesa se limitava a Luanda e Benguela, com parte das províncias do mesmo nome, que serviram de plataformas de comércio, exportação e importação, onde convergiam caravanas vindas do território que viria a ser Angola. A população Africana e Portuguesa era pequena, e não precisava se construir muito, porém ainda assim construir maravilhas como a Fortaleza de São Miguel e a Igreja Maria Pia.

Terceiro, além do legado material, Portugal nos deixou um legado cultural e político valioso, quando construiu um território coerente, unido por língua e cultura comum.

O legado cultural é expresso na língua, que permite a comunicação em todo o território sem criar sentimentos de sujeição, que poderiam ocorrer se Ambundus fossem obrigados a falar Ovimbundu, como acontece no Congo Democrático, nosso vizinho.

O legado político é expresso no direito de todo Angolano de transitar e se albergar em todo o território sem temer as arbitrariedade de potentados locais. Pois antigamente as pessoas perdiam seus direitos políticos e culturais quando fora de sua zona étnica, tendo de se assimilar ou usurpar o poder local. Até o Rei Congo deveria fazer rituais anuais para pedir autorização para residir em algumas das localidades que conquistou, enquanto que caravanas de mercadorias eram sujeitas a toda a sorte de chantagens ao longo de seu percurso, como acontece no Congo Democrático, nosso vizinho.

A retórica Afrocrata é  nociva porque não tem como objetivo descrever a realidade, mas sim criar e intensificar sentimentos de ódios de modo a permitir a ascensão dos Afrocrata a um poder, seja este cultural ou político, sendo que muitas vezes acaba defendendo teses contraditórias, resultando em uma diminuição da inteligência total da sociedade. A divulgação desta ideologia pelo nosso presidente é mais uma derrota da inteligência nacional, não sendo uma coincidência que a UNITA e a Isabel dos Santos, recentemente, tenham discursos do mesmo teor, pois virou senso comum entre os angolanos.

Claro que a independência política de Angola é valiosa e sua conquista foi necessária, porém o preço pago por todos foi demasiado alto, e incapacidade de fazer melhor nos obrigada a negar a existência do passado, por pura vergonha. O perigo de não se aceitar está verdade, que é muito difícil construir, é se passarmos pelo mesmo caminho por conta da arrogância revolucionária que destrói tudo porque acha que é fácil construir algo melhor. Já imagino um presidente da UNITA dizendo, em 2050, que seu fez mais por Angola em 4 anos do que o MPLA em 70 anos …

Na qualidade de líder político, não deveria dizer às pessoas apenas o que elas querem ouvir, como neste caso, mas também tem de dizer a verdade de modo a servir de exemplo aos que poderiam se acovardar, como aconteceu quando disse, de maneira acertada que “pobreza não é desculpa para criminalidade”. Pela positiva, movidos pelo seu extremismo, talvez os anti-JLO se sintam obrigados a ter uma visão positiva do período colonial só para não concordar com o JLO.

O numero de filhos dos pobres, e seus problemas para a sociedade.

O numero de filhos dos pobres, e seus problemas para a sociedade.

O que o Luaty fez foi menosprezar a opinião do Kota, “aquela frase” e sugerir que é uma “pretexto” e “sem legitimidade cientifica”, depois retira o pobre da condição de agente, que causa sua pobreza, para a condição de vitima, que faz filho porque o governo não resolveu o problema da mortalidade infantil. O Luaty teve a necessidade efectuar esta inversão porque ele, nas suas próprias palavras, acha que todos os assuntos são instrumentos legítimos de aproveitamento político, de modo a destruir e substituir seu adversaria. Ou seja dizer que a culpa é do pobre não permite criar aproveitamento político, pelo contrario antagoniza o pobre, a pessoa que o Luaty quer seduzir para seu projecto político, e exonera o governo das culpas das circunstancias do pobre, e por causa disto ele não pode aceitar esta ideia.

O problema é que a democracia impossível, na sua forma plena, que é um sistema de livre circulação de ideias que permita identificar problemas e levar a mudanças de opinião mesmo que não haja uma mudança de governo.

Quando a política se limita a conquista do poder, em que tudo pode ser usado para aproveitamento político, as pessoas tem medo de admitir a existência de problemas por medo que sirva de combustível para aos críticos ao mesmo tempo que problemas reais são ignorados pelos mesmos críticos ignoram problemas reais por não serem politicamente proveitosos. Sendo que isto aconteceu com este assunto, que foi abordado por JLO na campanha presidencial passada, sendo que o problema entre no discurso publico pois seus adversários preferiram fazer aproveitamento político da frase “fome relativa” apesar desta fazer parte de um discurso coerente. Veja o meu texto O papel da oposição no fracasso da democracia em Angola, sobre a saga da “fome relativa”.

Não só os pobres são culpados de suas circunstancias quando tem muitos filhos, mas esta pratica é egoísta e imoral. Sendo que para provar isto, vou explicar por que as pessoas faziam muitos filhos no passado, quais são as consequências de se fazer muitos filhos no presente, e a imoralidade do pobre ter muitos filhos.

Porque que as pessoas faziam muitos filhos no passado ?

O território que viria a ser Angola, antes da sua construção moderno a partir de 1888, era habitado por povos que praticavam uma cultura de subsistência, caracterizada por baixa densidade populacional por conta das doenças tropicais, abundância de terras, baixa produtividade e baixa acumulação de capital. Sendo que o exemplo típico de existência era de uma aldeia que abria uma nova área para o cultivo por meio de queimadas a cada temporada, as casas são pouco duráveis porque podem ser facilmente reconstruidas e não há infra-estrutura publica duradoura, de modo geral é melhor consumir o que se produz no presente porque o futuro é incerto. Na economia de subsistência há escassez de braços.

Neste ambiente, ter muitos era uma estratégia valida para garantir a sobrevivência da comunidade, pois a mortalidade infantil era alta por ausência de medicina eficaz e pobreza da alimentação, e porque a única maneira de aumentar a produção era aumentar o numero de braços, na ausência de maquinas e irrigação, sendo a escravatura é uma forma de tentar aumentar sua produtividade sem pagar com os alimentos necessários a levar a pessoa a forma adulta economicamente útil, bastava respirar e ter dois braços.

Quais são os efeitos de ter-se muitos filhos na economia moderna ?

A economia moderna é regida por pelo principio do investimento continuo, ou seja consumir sempre menos do que se produz, de modo a criar um estoque de capital duradouro que torna a vida das gerações futuras mais fácil e por isto mais produtiva, ou seja crescimento económico.

O crescimento acelerado da população pobre, por conta da persistência dos hábitos reprodução apesar da diminuição da mortalidade infantil, por conta da medicina, que permite curar uma malária com menos de 5000kz, e da agriculta moderna, que permite as pessoas ingerir mais calorias do que comiam antes, gera pobreza material, que é a escassez de bens necessários para o estilo de vida almejado, porque elas vão consumir bens e serviços necessários a vida moderna sem contribuir para os custos de capital necessários para os criar ou manter em funcionamento. Mesmo a participação produtiva de uma pessoa na economia moderna requer uma quantidade enorme de capital, se compararmos com a economia de subsistência, pois a pessoa precisa no mínimo 12 anos de escolaridade, durante os quais vai ser apenas um consumidor, sendo que este custo vai recair sobre alguém, os pais ou o Estado.

A imoralidade do pobre ter muitos filhos.

A imoralidade do pobre ter muitos filhos começa no facto de ele desejar ter o conforto da existência moderna sem arcar as suas responsabilidade, sendo que estas pessoas fazem estes filhos por motivos que egoístas, tais como: prazer, garantir a reforma, aumentar sua renda, e capturar recursos públicos.


O prazer parece ser um motivo paradoxal, afinal ser pobre é associado ao sofrimento, porém algumas pessoas sentem prazer no processo de criar e ver crescer uma nova vida, porém este prazer é unilateral pois a pessoa se cansa quando a criança passa de uma certa idade, deixando de ser um brinquedo para ser um ser consciente que tem desejos e vontade própria, e por isto faz outra de modo a ter o mesmo prazer de lidar com uma criança pequena de novo. A forma desta forma de paternidade se aproxima muito dos amores por fetiches, como a pedofilia, em que o suposto “amor” pela criança cessa quando esta deixa de ser criança e passar a ser uma pessoa adulta. Claro que pode ser o prazer mais directo, no próprio acto sexual, sem pensar na sua consequência, uma nova vida que precisa de cuidados e amor.

Garantir a reforma é uma forma de jogo de azar, em que se faz muitos filhos com a ideia que um poderá ter sucesso na vida e por isto cuidar de nós na velhice. O que não esta dito aqui é que o adulto se recusa a limitar o seu consumo actual, de modo a criar poupanças para o futuro, porque dá mais valor a seu prazer actual, sendo que declara ter direito sobre o rendimento futuro de seus filhos, que será aplicado por meio de pressão social contra os “filhos de que abandonam seus pais”. São homens que querem o direito de viver como “as crianças, querem uma coisa, mas não as suas consequências”, como disse Ortega e Gasset, a custa de suas próprias crianças.

Aumentar a sua renda acontece quando recusa-se a investir em capital, porque pressupõem diminuir seu consumo actual, preferindo aumentar o seu numero de filhos para recolher os frutos de seu trabalho, que contribui assim para o orçamento geral do lar.

A captura de recursos públicos acontece quando a pessoa tem filhos que vão usar serviços públicos gratuitos na parte economicamente inactiva de suas vidas, dos 0 aos 16, de modo a colher os frutos de seu trabalho uma vez adultos. O exemplo típico, deste caso, é de pais que só colocam seus filhos a estudar se for gratuito e mesmo que for ao detrimento das crianças. Veja o meu texto sobre 70% dos pais do Cunene Odeiam os filhos.

Claro que estas situações não são puras e muitas pessoas podem viver misturas, em vários graus de proporção, porém elas tem em comum o facto que o prazer do adulto tem precedência sobre as necessidades da criança, tanto no presente como no futuro. Ou seja estamos diante de uma cultura do egoísmo.

A Criança como objecto a serviço de seu progenitor, é um corrente central de nossa cultura, que as vezes se manifesta de modo evidente, como no caso de abandono de cadáveres de bebes pelos pais, noticiados pelo Novo Jornal e Jornal de Angola, em varias ocasiões, que revela uma falta de amor, como se tratasse apenas de a sucata de uma carro acidentado. Pelo contrario deveríamos ter uma relação de amor e sacrifício pelos filhos, sendo que apenas culturas com este impulso acabam criando prosperidade e paz de espírito.

Pode se contrapor que as pessoas tem o direito de escolher seu modo de vida, mesmo que seja egoísta e causa e o sofrimento de sua própria progenitura, porém há dois problemas criados a nível da comunidade, no foro moral e económico.


No foro moral, os problemas causados pela aumento da população pobre constitui uma fonte constante de desmoralização da sociedade, especialmente de sua parte productiva, que é acusada de se a causa do males dos pobres e que fica ainda mais desmoralizada quando os programas de ajuda aos pobres falham, porque não agem sobre a causa do problema, o pobre.

No foro económico, os hábitos de reprodução da economia de subsistência, quando praticados em uma economia moderna, cria uma larga população de pessoa quase humanas, que são economicamente incompetente, pois não conseguem produzir o que querem consumir, ao mesmo tempo que tem vêem, seja na parte saudável da sociedade ou nas imagens de outros países, modos de vidas mais agradáveis, vivendo assim em constante estado de angustia emocional. Esta condição de quase humanidade é causa pela sub-alimentação, que impede o cérebro de atingir seu tamanho máximo, o que limita de maneira duradoura a inteligência potencial destas pessoas, e pela sub-educação, tanto familiar como escolar, que não permitem a estas pessoas desenvolver personalidades capazes de lidar com os problemas da existência moderna.

Infelizmente, tudo que eu disse será ignorado por quem, não vendo forma de culpar o governo no que eu escrevi, vai começar a gaguejar sobre “políticas publicas e direitos fundamentais”, porque o que não tem aproveitamento político não existe …


As políticas Publicas e os Direitos fundamentais, naquilo que podemos chamar de Estado Assistencial, surgiram depois das economias dos respectivos países terem atingindo uma alta produtividade económica, sendo que em Angola queremos colocar os bois antes da carroça.

Pior, vou ser acusado de “atacar os pobres”, outro sacrilégio da mente viciada pela droga da conquista do poder, ou de advogar a instituição de políticas autoritárias no estilo da China comunista, com sua política de criança única, porém bastaria mudarmos a nosso discurso a volta de nossa cultura, deixando de ver a pobreza como uma malefício causado por terceiros, a sociedade ou o governo, mas a consequência de nossas acções, seja a nível individual como familiar, sendo que isto terá o beneficio de obrigar as pessoas a arcar com as consequências de suas acções quando agora vivem em condição de inocente beatitude, sendo a maioria irá provavelmente ajustar o seu numero de filhos de acordo a seu potencial económico. Esta cultura de responsabilidade também terá efeitos positivos na parte da população que não é pobre, mas isto será discutido em outro texto.

Para concluir, a pobreza não é uma situação anormal em Angola, pois uma boa parte da população mantém uma cultura que é incompatível com a prosperidade moderna, veja o mesmo texto: A pobreza é anormal em Angola ?.

Sim, o povo esta cansado de sofrer, o problema é o povo está cansado de não ter aquilo que não consegue ter, pois seus actos cultivam a pobreza, como escrevi no meu texto: O povo está cansado de não ter aquilo que não consegue ter.

Porém a parte “esclarecida da sociedade” ao invés de esclarecer seus conterrâneos sobre as causas de sua pobreza, lhes lembrando que, nas palavras de Ortega e Gasset, que “a vida é o que fazemos e o que nos acontece”, lhes diz que seus actos não tem importância. A política em Angola se resume a excitar as frustrações do pobre, lhes lembrando de seus problemas sem lhe dar as ferramentas para os resolver, de modo que seja um escadote para a ascensão ao poder de uma facção.

A próxima vez que um mendigo te pedir esmola ou um pobre te pedir ajuda, pergunte a ele quantos filhos tem e quando é vai fazer planeamento familiar, pois não é a tua responsabilidade de o ajudar a escapar da consequência de seus actos.

A claque patrocinada e a volta dos maus hábitos.

A claque patrocinada e a volta dos maus hábitos.

Um vídeo do comediante Calado Show anunciou a iniciativa publica, por meio da TAAG and do BCI, de se levar uma claque de 440 pessoas para o jogo decisivo contra a Nigéria, nos trazer de volta aos maus hábitos do movimento espontâneo dos anos JES. Afinal as pessoas que parecem ser escolhidas, como o próprio Calado Show, tem dinheiro para fazer turismo no Dubai, porém não tem a cultura de visitar outro pais Africano ao menos que seja pago pelo cofres do Estado ?

É que na costa do Marfim, em África, as pessoas podem pegar o seu dinheiro e ir lá passar umas férias para assistir o jogo. Porque eu acho até que é Coisas de Matumbos achar que a única forma de turismo é ir ao Dubai. Não é possível.

O turismo é visitar qualquer lugar diferente. Pode não ser um lugar agradável, como disse aí o presidente, alguns turistas gostam de apanhar um pouco de poeira e fazer safari. Aliás, algumas pessoas em Angola fazem isso, como é que se chama aqui? Os amigos da picada, né? Os motoqueiros, tem também os anjos bantus, eles só gostam de pegar a estrada que tem algum buraco para sentir a velocidade.

Então, podemos também criar a cultura de assistir os CAN com o nosso próprio dinheiro e fazer um pouco de turismo. A TAAG e as agências de viagens, com financiamento dos bancos, deveriam criar pacotes turísticos que permitam a alguém assistir de forma cómoda estes jogos, tratando de tudo desde o visto até o regresso a casa, melhor do que voltar dependência dos subsídios do governo para o fomento do desporto.

Vamos voltar naquele velho hábito de o governo precisa aumentar isso, o governo precisa aumentar isso. Aquela velha máxima que acontece com músicos, que acontece com desportistas, que acontece com acontece com todo mundo que acham sempre que o governo deveria preparar um bolo para suprir quase todas as áreas sociais, incluindo áreas como cultura, desporto. É justamente o que estamos a tentar eliminar, que é algo que já vem tocado no ponto há muito tempo de que deveria começar a se implementar de forma privada.

Se você torce pela sua selecção, se você apoia a selecção, você tem condição de ir apoiar a selecção , use seu dinheiro, seus meios e vai. Do mesmo jeito que qualquer pessoa faria com seu clube cá internamente. Pode ser que nunca tem valor incerto para chegar num estádio, pegar táxi, ir para um estádio comum e de novo entrar para ver o jogo.

E ele torce para o seu clube a partir de casa ainda cá internamente. E aquele que não aceita perder nenhum jogo. Eu vou pagar um bilhete da bancada, vou levar meus meios de cerveja, vou apoiar o meu clube mesmo aí no campo.

Como é que você vai incentivar a prática do desporto se as pessoas não têm um amor fanático pelo desporto? Isso é simplesmente impossível. Estes adeptos de escritório, escolhido a dedos, não trazem vida ao campo. Se há de ter uma claque publica, que seja de pessoas directamente ligadas ao desporto, por exemplo de claques reconhecidas de equipes do Girabola, de jovens que evoluem nas escolas de futebol, para que possam ver de perto seu sonho.

Sobre os presentes aos Jogadores da Seleção Nacional de Angola.

Sobre os presentes aos Jogadores da Seleção Nacional de Angola.

No encontro com a juventude angolana, alguém perguntou ao Presidente JLO o que faria sobre a suposta falta de apoio ao desporto nacional, sendo que este respondeu que o apoio ao desporto tem que ser feito pelo setor privado, por meio de empresas que patrocinem os jogadores e as equipes, porem teve de parar a explicação neste momento, obviamente porque ele tinha um tempo limitado, mas eu vou tentar desenvolver. Por deveria se usar o incentivo privado para o desporto ? Porque permite uma ligação transparente e duradoura entre o desempenho dos atletas e seus adaptos, pois os atletas têm um incentivo de mostrar resultados para criar uma imagem positiva a qual as empresas vão querer se associair, por meio de patrocínios, sendo que os os adeptos têm a oportunidade de mostrar que a sua paixão pela sua equipe é sincera. Como? Apoiando as empresas que patrocinam os altetas ou comprando merchandising, comprando os produtos das próprias empresas, por exemplo a Lacatoni, a empresa de moda. Se gostaste do desempenho da Seleção Angolana, compra equipamento da Seleção dos Palancas Negras da Lacatoni, compra alguma coisa da Lacatoni para mostrar o teu apoio.

Ou seja, esse sistema permite que haja transparência e permite sinceridade, tanto nos patrocinadores como nos jogadores, como no público. Porque a alternativa que é simplesmente o apoio público ilimitado não tem transparência e não tem sinceridade. É fácil você dizer que você apoia os Palancas Negras e que deveria se dar, sei lá, um milhão de dólares para cada jogador quando aquele dinheiro não sai do teu bolso.

É fácil você ser generoso com o dinheiro do outro. Então, enquanto que se você tiver que comprar algo do patrocinador, você está a ter um contributo sincero. O que aconteceu com o presente do BAI, dos 5 milhões de kwanzas em caso de vitória contra a Namíbia, foi uma forma incompleta deste apoio.

Por que eu digo que é uma forma imperfeita? Porque você veja, algumas pessoas estavam aí até uns fazendo piada, mas outros falando seriamente que o BAI teria um prejuízo por causa dos quase 200 milhões de Kwanzas que teria que pagar aos jogadores e aos membros da equipe técnica por conta dessa promessa. Só que as pessoas que dizem isso simplesmente não são informadas ou são pessoas que porque na sua vida pessoal mil Kwanzas é muito dinheiro, eles pensam que mil Kwanzas é muito dinheiro para todo mundo. Do mesmo jeito que é mal um rico não conseguir perceber que haja alguém que tem uma vida diferente por ser pobre, o inverso também não é salutar.

Porque o BAI gastou, creio que foram 3,5 mil milhões de Kwanzas em publicidade no ano de 2022. E eu creio que ninguém se lembra de uma campanha publicitária que o BAI fez em 2022. Porém, eu tenho a certeza que até 2040 as pessoas vão se lembrar que naquele jogo em que a Angola pisou a Namíbia o BAI ofereceu 5 milhões de Kwanzas a cada jogador.

Então, você vê que os 200 milhões de Kwanzas é um preço baixo pela fama que o BAI vai ganhar com esse desempenho. Mas aí está o problema, que é o seguinte, você vê que várias outras empresas seguiram a bala do BAI. E, por exemplo, acho que o PCA da UNITEL ligou para os jogadores para oferecer um iPhone.

O Banco KEVE também disse que ia oferecer dinheiro. E os jogadores começaram a receber chamadas com ofertas de presentes.

O primeiro problema reside no facto que empresas definemde modo unilateral qual é o valor da imagem dos Palancas Negras, seja a titulo individual ou colectivo, quando um contrato de patrocinio teria este valor definido por negociação entre as duas partes, e pela concorrencia entre as empresas que queiram patrocinar. Sendo que já tive um patrocinio de 100 milhões de cuanzas pela Lacotini, não vou aceitar menos que este valor, especialmente se meu desempenho desportivo é bom e tem outras empresas estão dispotas a dar mais. Podes negociar deste jeito quando o “apoio” é feito na forma de presentes ? “O PCA da UNITA me deu um iPhone 14 Pro Max, eu espera mais da Africel !”. A UNITA gastou 2 milhões de kwanzas para patrocinar um show da Nicki Minaj em Angola, mas quer offerecer um plano boss e um telefone das miúdas do Game ao nossos herois ?

O segundo problema reside no facto que os presentes aumentam apenas o perfil da empresa e não do jogador contrariamente ao patrocinio, em que o patrocinado tem que exercer funções publicitarias que torna a sua marca mais valiosa para o próximo patrocinador, afinal ele imprime sua imagem na imaginação popular e tem uma prova tangivel de sua popularidade. Cada spot encenação publicitaria proposta ao Christiano Ronaldo é feita na base das encenações passadas, tanto na nível de seu talento como de seu efeito publicitario. Se aumentaste as vendas de teu ultimo patrocinador por cinco porcentos, tens uma base para negociar teu próximo patrocinio .

O terceiro problema esta na questão da desorganização, porque eles estão numa fase que requer concentração e introduzir factor estrangeiros ao jogo, que possam influenciar seus calculos em campo, pode desfazer o trabalho da equipe tecnica.

Na verdade, esse patrocínio que parece ser muito para as pessoas normais, é pouco dinheiro por conta do dinheiro gasto por essas empresas e da fama que eles vão adquirir com isso. Uma analogia simples seria ver isto como a differença entre namoro e casamento.

O que o BAI fez é simplesmente um namoro com a seleção. Gastou 200 milhões de Kwanzas e vai estar gravado na memória coletiva de Angola para sempre. E as outras empresas, vendo o bom negócio publicitário, tentaram seguir a bala.

Mas, enquanto que se os jogadores forem sábios, ao invés de aceitar este simples namoro, esse lance, pediriam um casamento. O que seria um casamento? Aquilo que a Lacatoni fez. Que é você ter um contrato de patrocínio a tempo determinado, com objetivos claros e um montante determinado. Fariam como o Cristiano Ronaldo, que retirou a garafa que estava na sua mesa de conferencia de imprensa porque não estava a ser remunerado.

Porque o seguinte, a Lacatoni vai estar associada a esse desempenho da seleção neste canto também, porque até o equipamento é tão icônico que todo mundo vai saber que este é o equipamento da vitória sobre a Namíbia. Porém, quando a seleção decidir trocar de patrocinador da Lacatoni para outro patrocinador, este outro patrocinador vai poder, digamos, ter também a chance de criar o seu momento. Então a seleção consegue vender de novo essa imagem.

A forma só que tem que ser aperfeiçoada. A forma eu creio que tem que ser em patrocínios de longo prazo. Tanto para a seleção ou para os jogadores de modo individual.

Até porque para os próprios jogadores, isso permitiria criar a sua própria marca. Veja, por exemplo, o Cristiano Ronaldo iria aceitar receber, sei lá, boxers, um número ilimitado de boxers durante um ano porque ganhou um jogo ou iria pedir para ser a cara de uma marca de boxers? Fazendo spot publicitário e tudo.

Os jogadores do Barcelona, por exemplo, a equipa como um todo está associada ao Spotify, que é uma empresa de streaming. Estão associadas a Beco, que é uma empresa de eletrodoméstico.

Por exemplo, alguns jogadores como o Leonel Mendes estão associados às batatas fritas live. Tem aqueles contratos de materiais desportivos com marcas como Nike. O Cristiano Ronaldo e o Messi estão associados a marcas como Louis Vuitton que é onde saiu aquele ensaio fotográfico recente.

E é por aí onde vai. E só dessa forma, com esses contratos, com essas associações com marcas, com dinheiro para investir e que, de certa forma, estão, de facto, a correr risco ao colocarem o seu dinheiro, que é o que vai incentivar os jogadores, de certa forma, a se esforçarem. Porque normalmente o que é que acontece? Esses jogadores, os produtos na qual eles estão associados, vendem mais durante o seu auge.

Então, eles vão ser incentivados, de certa forma, a se esforçarem, a estar cada vez melhor, seja de maneira física, tática, para que possam não só ter um desempenho bom com a equipa, mas que os contratos daqueles que lhes foram oferecidos possam ser mantidos, porque esses contratos normalmente dependem também do seu desempenho durante a sua carreira. E sem falar que essa é uma boa maneira também, uma boa maneira de humanizar o próprio desporto, aproximar das pessoas, que é isso que o Petro de Luanda vem fazendo recentemente. Eles resolveram que a cada onda de marketing do Petro de Luanda, seja, por exemplo, para a produção de novos equipamentos, isso aí de maneira orgânica, decidiram adquirir e, tipo, vamos para o clube e esse equipamento é bonito e por aí vai.

Quantos jogadores angolanos receberam dinheiro de oferta durante esses anos todos? Dezenas.

O que é que isso trouxe de positivo para os jogadores e para a própria sociedade? Não trouxe nada. Porque você vê, por exemplo, os jogadores a receberem um iPhone e um ano grátis de comunicação da Unitel, aquela oferta da Unitel, o que é que traz de positivo para o jogador? Nada. É simplesmente alguém que anda com um iPhone e que não paga saldo durante o ano. O Sayovo e o Akwa receberam presentes no auge, porém conseguiram converter isto em valor a longo prazo ?

A Unitel, pelo contrário, fica com a fama de que ofereceu o iPhone aos jogadores. Enquanto que, se houvesse um contrato de patrocínio, os jogadores fariam spots publicitários, fariam atividades que lhes permitissem criar a sua própria marca e acumular também experiência do seu lado. Além de que, com o contrato de patrocínio, você pode ter um prestágio diferenciado do patrocínio.

As pessoas estão simplesmente a pensar desde o ponto de vista da sua pobreza individual, que até o problema não é ser pobre, o problema é o provincialismo mental, que é você imaginar que a sua vida, que você vive, é universal para todos os outros seres humanos. Se para ti um iPhone é muito, você acha que o iPhone é muito para todo mundo. Porque, veja, com o contrato, com a formalização dos patrocínios, o que é que vai acontecer? Se você quer um spot publicitário e um preço, se quer estar no equipamento da Seleção Nacional de Angola, é outro preço.

Se quer simplesmente ser mencionado como um dos patrocinadores em conferência de imprensa, outro preço. Se quer o seu produto por cima da mesa enquanto os jogadores fazem entrevistas, é outro preço. E você vê que essas empresas estão a correr a fazer isso, porque, na verdade, essas ofertas que eles estão a fazer de Ginguba, é muito mais barato do que eles fazerem contratos.

A primeira pessoa que me despertou ao problema que estava a acontecer foi o jornalista Manuel Cabingano, que esta por isto a ser taxado de invejoso.

Só estou feliz que a Cuca não fez uma oferta de cerveja limitada para a Seleção, senão poderíamos esquecer o desempenho dele para o próximo Can. Nem para o próximo Can, para esse mesmo, porque estariam com tanta pressa de voltar para viver, que iriam perder de propósito para regressar ao país, não conseguiriam esperar até a final.

A direção é certa, a forma que está acontecendo é meio que caótica e anarquista mas a direção é certa e eu acho que por exemplo, a Lacatoni provavelmente vai ter grandes vendas de equipamento de roupa relacionado com o desempenho da Seleção, sendo que há uma boa oportunidade da FAF penhorar o lugar de patrocinador principal caso a Seleção chegue ao mundial, o que é bem provável, tendo em conta o seu bom desempenho.

Exemplos de Angolanos a celebrar o suposto “apoio”:

160 mil Angolanos apoiaram roubo da reputação da seleção pela UNITEL, a preço de banana, a empresa que pagou o preço justo pela Nicky Minaj !

O papel da oposição no fracasso da democracia em Angola.

O papel da oposição no fracasso da Democracia em Angola.

Pode parecer estranho dizer que a oposição Angolana, constituída da UNITA, seus auxiliares da dita sociedade civil e os jornais com uma linha editorial ditada por um preconceito anti-MPLA, contribui para a do fracasso da Democracia em Angola, afinal lutaram “pela realização de eleições”, porém este é exactamente o problema, eles lutam apenas pela parte que lhes traria um beneficio directo, “estar no Poder”, e não participam na parte mais importante da democracia: 1)livre discussão de ideias de modo a encontrar soluções e 2)convencer as pessoas a aceitar as soluções.

Este fracasso é evidente quando revisitamos 3 polémicas a “fome relativa”, o aumento do preço dos combustíveis, e a recente declaração do Ministro de Estado para a Economia, Massano que “Preço alto do barril de petróleo “já não resolve o nosso problema”.

A fome relativa.

No discurso relativa a 65º Aniversário da Fundação do MPLA, JLO disse o seguinte:

Na agricultura, ao andarmos um pouco pelo país, sentimos que há muita produção. Fala-se de fome. Os nossos adversários hoje acordam de manhã à noite a cantar uma música.

Fome, fome, fome. A fome é sempre relativa. O país já tem muita produção de bens alimentares.

Talvez, por conveniência própria, por conveniência política, nos convenha repetir incessantemente a palavra fome. Mas eu diria que o grande problema da Angola, se quisermos ser mais precisos, é o pouco poder de compra dos nossos cidadãos. Pouco poder de compra pelos altos índices de desemprego.

Fruto de um conjunto de factores, mas sobretudo fruto da Covid-19, que fez com que muitas das indústrias, muitas das empresas reduzissem o pessoal e, em alguns casos mais extremos, encerrassem mesmo as suas portas. Portanto, esses cidadãos que lamentavelmente se encontram nessa situação de desempregados ou de semi-empregados, evidentemente que não têm poder de compra de garantir acesso alimentar para as suas famílias. Mas, de resto, a produção agrícola, pecuária e piscatória no nosso país tem subido todos os dias para os olhos de quem quer ver.

JLO, discurso alusivo no Acto Político em Saudação ao VIII Congresso Ordinário e de Celebração do 65º Aniversário da Fundação do MPLA.

Sendo que o presidente JLO disse que a fome é relativa a produção agrícola, e que tendo aumentado a produção esta deve diminuir, porém os opositores que a fome é subjectiva no sentido de “imaginaria” e que o presidente estaria a dizer que os Angolanos são loucos que imaginam ter fome, mostrando assim insensibilidade e falta de respeito. Mas a desonestidade esta acompanha de um empobrecimento da língua, pois os opositores são culpados de polissemia, que é a pratica de usar vários sentidos para uma só palavra de modo a confundir seu adversário. A fome designa a condição individual de precisar alimentos, porém a palavra pode ser usada por estilo de linguagem para designar uma situação de carestia que é ausência de comida mesmo para pessoas que usem dos meios comuns e eficientes para sua obtenção, como aconteceu durante a seca no sul de Angola. Uma pessoa a comer no lixo não é prova de carestia, mesmo que aquela pessoa tenha fome, pois quem o faz normalmente tem problemas mentais ou vem de famílias que não se ajustaram a economia de mercado, ou seja pessoas que não usam meios comuns e eficientes para obtenção de alimento, até porque ambas pessoas poderiam migrar para uma zona rural e conseguir obter alimento por meio da agricultura de subsistência, porém tomaram a decisão de subsistir da restos de seus concidadãos.

O mais grave neste episódio foi que JLO disse algo de importe neste discurso, que simplesmente não foi debatido pela “classe falante”, que estava mais preocupado com a extrair capital político da “fome relativa”.

A subida do preço dos combustíveis.

A “subida do preço do combustível” foi na verdade uma retirada de um subsidio que proporcionava aos Angolanos preços baixos tendo em conta o custo de produção e o preço de mercado, sendo que este não pode perdurar quando a taxa de natalidade excede a capacidade do Estado de construir infra-estrutura e de cria rapidamente situações de escassez, enquanto que a produção petrolífera, que é a fonte de financiamento do Estado, não cresce ao mesmo ritmo.

E a conclusão a que chegámos é que precisávamos de fazer qualquer coisa rápido, uma vez que a taxa de natalidade no nosso país é muito alta. A população vem crescendo nos últimos anos a um ritmo bastante grande. Construir hoje um hospital para mil pessoas, cinco anos depois, esse hospital já não serve.

Já não serve, quero dizer, a população que vive ali nos arredores e que vai precisar dos cuidados desse hospital, já duplicou, já triplicou. Então, a corrida é entre o ritmo de construção das infraestruturas e o crescimento da nossa população. O país está a investir bastante no setor da saúde.

JLO, discurso alusivo no Acto Político em Saudação ao VIII Congresso Ordinário e de Celebração do 65º Aniversário da Fundação do MPLA.

Constatação não entrou no discurso político, a oposição apresentou a medida como puro acto de maldade e incitou a desordem que obrigou o governo a retardar a retirada total do subsidio, prolongando assim o problema.

Preço alto do barril de petróleo “já não resolve o nosso problema”

Apresentada como um confissão de desespero, citada em titulo da matéria, até no jornal de Angola, que Angola já não tem solução, até pelo Jornal de Angola, invertendo assim o sentido do que Massano disse, pois isto se insere na estratégia da Lenda Negra de Angola, que pinta o pais como o pais como um lugar apocalíptico e sem futuro, levando o povo a uma única conclusão: “A Alternância com a UNITA no Poder” . Porém a frase completa foi que “o ritmo de crescimento das populações e das necessidades está muito acima daquilo que o sector petrolífero hoje é capaz de oferecer à economia e aos cidadãos”, deste modo concordando com o diagnostico feito pelo presidente no discurso acima citado, e apresentando uma lista soluções visando a busca de outras soluções, que podem ou não serem adequadas, porém isto não interessa a mentalidade opositora, que tem apenas uma solução na cabeça: “A UNITA no Poder”.

Diversificação da economia é que você só se fala da diversificação das fontes de rendimento não das prioridades de consumo, ninguém pergunta a ser razoável que um angolano que tem uma produtividade de mil dólares por ano quer consumir 10.000 em serviço de transporte saúde e educação a custa de terceiros. Quando tiver crianças a estudar debaixo do mar fala sinal do governo mas ninguém pergunta se os pais destas crianças forem responsáveis

Resumindo.

Algumas pessoas, tirando obviamente os membros da UNITA, se indignam quando esta é criticada, dizendo que “nunca governou”, porém a natureza do Político é limitada por 3 factores: O que deves fazer, o que podes fazer e o que queres fazer. Sendo claro que o MPLA quer fazer o que se deve fazer para Angola, lidar com a questão do crescimento demográfico acelerado, porém que não consegue o fazer porque a UNITA ira se aproveitar da oportunidade para excitar revolta com o objectivo de chegar no poder, ou seja apesar de “não ser governo”, o partido Galo Negro tem a capacidade de limitar a acção do governo, o fazendo em proveito próprio e provando assim ser uma oposição desleal a Angola, presente e futura.

As Ferias do JLO nas Seicheles, parte 2: A Hipocrisia da UNITA e o Gabinete de acção psicológica.

As Ferias do JLO nas Seicheles, parte 2: A Hipocrisia da UNITA e o Gabinete de acção psicológica. Atalho para a primeira parte do texto.

A UNITA esperava uma vitoria fácil adoptando um discurso de austeridade contra os gastos excessivos da viagem do JLO para as ilhas Seicheles, porem o vídeo, publicado pelo deputado Nelito Ekuikui no X (antigo twitter) no dia 4 de Janeiro de 2024, causou uma maré de criticas contra a hipocrisia da UNITA, alegando esta que participava de um lado ao banquete da OGE, com o subsídios de instalação dos Deputados, os carros protocolares e os salários milionários, enquanto que do outro lado critica a despesa da viagem de ferias do presidente. Uns perguntaram como é que o deputado vinha falar de pobreza em um vídeo em que vestia uma camisa da Lacoste, uma marca de luxo.

A reacção da UNITA, tanto a nível de seus membros individuais, nomeadamente o Menino da Lacoste, a alcunha atribuída pelos usuários do X ao Nelito Ekuikui, e o Jonas Mulato, como a nível da instituição por meio de um comunicado publico (reproduzido na integra no fim deste texto), foi de imputar estas criticas ao “Gabinete de Acção Psicológica” (GAP) do MPLA, que estaria assim a tentar mudar o foco de debate publico e desviar os olhares da viagem do presidente.

Os argumentos da UNITA se resumem ao seguinte: 1) Alegar que as criticas tem origem no GAP, 2)defender-se da acusação de gastos sumptuosos alegando que o a)salário dos deputados não é alto, que b)os carros dos deputados são propriedade da Assembleia, sendo que não há escolha de recusar ou pedir um carro mais barato.

Vamos analisar cada argumento de forma rigorosa.

O GAP e a hipocrisia da UNITA.

É trivial alegar que a existência de um órgão de comunicação seja uma coisa sinistra, pois a própria UNITA e varias empresas tem aquilo que se convenciona chamar, de modo inócuo, “Departamento de Relações Publicas”, que gere a imagem da um entidade, tanto reagindo a noticias a noticias negativas como que colocando noticias de modo pro-activo de modo a levar a cabo a sua agenda. Alias vimos isto na forma coordenada como os membros da UNITA alinharam seus argumentos, que coincidiram depois com o comunicado publicado pelo Partido, com uma disciplina de mensagem de modo a evitar publicidade negativa. Porém não basta a coincidência de argumentos, deve ter um vinculo directo entre o Departamento de relações publicas e as pessoas que os divulgam, sendo isto fácil se tivermos a UNITA como exemplo, pois o Nelite Ekuikui e o Jonas Mulato são membros do Partido, sendo que a UNITA deveria provar que uma parte significativa dos internautas que a criticaram tem vinculo com o GAP, ou simplesmente admitir que esta a espalhar teorias da conspiração para abafar seus críticos. Como fazia o MPLA no passado, acusando seus críticos de serem fantoches e membros da UNITA.

Pelo contrario, as evidencias do carácter orgânico e espontâneo das criticas são numerosas, e alias a mesma critica surge periodicamente. O primeiro exemplo que podemos dar aconteceu na ressaca da eleição de 2022, quando cidadãos questionavam a sinceridade do partido, que proclamava a ilegitimidade do resultado das eleições ao mesmo tempo que tomava posse e usufruía assim das regalias inerentes aos cargos de deputados. O Jornalista Israel Campos colocou esta pergunta ao presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, que respondeu que “esta pergunta desviava do foco, e que era um assunto a discutir dentro da Assembleia”.

O segundo exemplo quando internautas questionaram a sinceridade do discurso do Deputado Sapiñala, baptizado com a alcunha de Hugo Boss por usuários do Facebook, sobre a pobreza em Angola quando ele ostentava um iPhone 14 Pro Max novo, que na altura não estava a venda em Angola, e que ele parecia ter viajado para comprar no exterior, por conta das etiquetas de talão de embarque colocadas no telefone, mas que na verdade era uma capa estampada com simulacro das ditas etiquetas. O terceiro exemplo de surgimento desta polémica se deu quando um ouvinte perguntou a deputada Webba se achava normal que os deputados recebessem um prémio de instalação de 20 milhões de cuanzas em um pais com tanta pobreza. Finalmente, o artigo do Jornal Expansão sobre as carros protocolares dos deputados foi publicado no dia 7 de Janeiro de 2024, escrito por Miguel Gomes, que está há anos a acompanhar este assunto, e este novo artigo foi escrito na continuidade desde trabalho, basta pesquisar “carros dos deputados” na pagina virtual dito jornal. Sendo por evidente que as criticas são orgânicas e feitas por internautas Angolanos, ao invés de serem ordenadas pelo GAP. Não é possível que o jornalista tenha composto e publicado seu artigo em menos de 24 horas reagindo o vídeo do Ekuikui.

A sinceridade da calunia da UNITA, contra internautas que lhe endereçaram criticas, foi demonstrada pelas palavras do Deputado Nelito Ekuikui na transmissão em directo do “Dose Diária”, do dia 6 de Janeiro de 2024, no X (antigo Twitter), quando atribuiu as criticas a UNITA a lavagem cerebral pelo sistema educativo do MPLA ou ação directa de do GAP do MPLA, ou seja, o preconceito do Deputado é que a UNITA esta acima de qualquer critica. As proclamações, no decurso da mesma transmissão em directo, que o Deputado faz em defesa da liberdade de expressão e da pluralidade de opinião são vazias diante da sua própria pratica, como quem recita o credo apostólico antes de cometer um pecado.

Os Deputados da UNITA são ricos ou pobres ?

O Deputado Nelito Ekuikui tentou rebater a substancia das criticas, dizendo que as regalias que os deputados usufruíam não eram elevadas, concordando com a sua colega Mihaella Webba de que os “Políticos ganham mal em Angola”, respondendo a pergunta de um ouvinte sobre o subsidio de instalação dos deputados, da ordem de 20 milhões kz, durante um programa de radio. A polémica a volta deste assunto levou a UNITA a prometer doar 50% deste prémio para a sociedade em 2022, e Dezembro de 2023 a UNITA anunciou que ja estava a cumprir a sua promessa , porem os seus planos anunciados (distribuir medicamentos, reparar carteiras em escolas, e doar cestas básicas) e teve imagens de membros do partido a distribuir cestas básicas que foram difundidas pela TPA, não custam os 900.000.000kz de representa o valor em causa. Isto até levanta uma pergunta: Como é que a UNITA pode ter uma gestão duradoura do OGE se não consegue criar uma obra duradoura com quase um bilhão de cuanzas. Lembremos que a organização da sociedade Civil Sul Africana Afriforum construiu uma universidade de raiz com um montante menor, quando o Governo do Partido ANC decidiu extinguir o ensino em Afrikans em uma universidade publica, em claro acto de discriminação étnica.

O Deputado Ekuikui tentou usar uma definição especial de rico para justificar seus de bens de luxo, e imagino que defenderia o iPhone de seu colega Sapiñala, e concordar com a Webba, dizendo que que “rico é alguém que cria riqueza” e não alguém que usa artigos de luxo, porém este não é um argumento não é sincero. O facto é ser o deputado recebe pagamentos directo e anuais de 33.8 milhões kz, constituídos por um salário base de 22.768.138,00kz , se ele não for membro de uma comissão e usufruir assim dos bónus associados, e subsídios de fim e principio de mandados, a receber a cada 4 anos, de 47.1 milhões de cuanzas. Isto equivale a um salário anual de 45 milhões.

Os carros dos deputados.

Quanto aos dois carros ao qual um deputado Angolano tem direito, a linha de defesa da UNITA, tanta nas palavras do deputado como no comunicado, é que estes são propriedade da assembleia. Apesar dos carros serem da assembleia, o seu uso pelos deputados é um beneficio directo a favor do deputado equivalente a usar um carro de aluguer pago por um terceiro (argumento de sumptuosidade) e por isto é um custo directo ao Estado (argumento de austeridade). O que se diria de um director de uma empresa privada que andasse com um carro propriedade de sua impressa, para fins particulares, mas que alegasse que isto não constituía beneficio para si porque o carro não estava em seu nome. Se um deputado tivesse alugar um SUV e uma carrinha Toyota Hilux, despenderia no mínimo 73 milhões kz, na razão de 100.000 kz por veiculo e por dia. Além de que o carro constitui um custo directo ao Estado.

Somado ao salário, o mandato de deputado equivale a um emprego com um rendimento nítido de 106 milhões de cuanzas por ano, se somar os 33.8 milhões em pagamentos e os 73 milhões que custaria a alugar os dois carros. Negar a sua condição de rico é um traço comum da sociedade Angolana, seja por medo da inveja, de pedidos de ajuda e as vezes por simples vergonha quando a pessoa não melhor de vida apenas de receber tanto. Por ponto de comparação, o salário bruto de um sondador de petróleos esta por volta de 30 milhões cuanzas por ano, ao qual deve se descontar o impostos incidentes, para trabalhar em turnos de 28 dias a bordo de uma embarcação que pode afundar a qualquer momento, o website Glassdoor tem estimativas de salários para Angola. Os salários dos deputados não só são objectivante altos, estando na mesma faixa que trabalhadores experientes da industria petrolífera, mas são altos para os deputados de ponto de vista individual, pois a concorrência pela honra de “representar o povo”.

A UNITA depois tentou se desresponsabilizar, adoptando um discurso de inevitabilidade, alegando que a atribuição dos carros está inscrita na lei e que não só a UNITA não pode mudar a lei por não ter votos, e nas palavras de Jonas Mulato a UNITA teria”sugerido carros mais baratos”, mas que os Deputados não podem recusar os carros. Porém, novamente, os argumentos não são sinceros.

Vários deputados recusaram tomar posse das viaturas atribuídas, incluindo Rafael Savimbi que negou um Lexus em 2019, Tchizé quando era do MPLA, também alegou que não aceitou um Lexus em 2017, porque tinha um de 2012 em boas condições, e a Paula Simmons também recusou o carro a que tinha direita por ser deputada do MPLA e administradora da RNA.

O que o senhor Ekuikui não disse é que os carros da Assembleia acabam muitas vezes como propriedade dos deputados, por meio de uma sistema de abate em que compram os mesmos por preços da igreja, com o Deputado da UNITA Navita Ngolo a admitir ter comprado um BMW protocolar por 3 milhões cuanzas, muito abaixo do preço de mercado.

A UNITA não acredita em liberdade de expressão.

O deputado Nelito Ekuikui disse claramente, a conversa do “Dose Diária” que a UNITA não acredita em democracia e pluralismo, pois acredita que os únicos motivos de alguém criticar seu partido é 1) ser do gabinete psicológico e 2)ser um burro vítima do sistema educativo do MPLA. Criticou os “métodos marxistas” do MPLA, porém repetiu assim o discurso do tempo do partido único quando os críticos eram “fantoches e alienados”, sendo que como é que vais ter democracia sem critica, pois liberdade de opinião não há opções políticas. Ironicamente, ao dizer que o MPLA corrompeu os dirigentes da UNITA no passado, reconhece que sei adversário pelo menos acredita na pluralidade de opiniões, mesmo que as tenta ultrapassar com o maço de dólares, isto é muito melhor que chamar seu adversário de burro e vendido.

Outro exemplo do espírito anti-democrático esteve patente quando o deputado, respondendo a uma pergunta sobre financiamento de partido por meio de doações individuais, diz que não acredita que políticos “deveriam mendigar”. O sistema de doações permite medir de modo a popularidade de um partido ou uma opção política,

tanto por número e a intensidade do apoio, afinal quem acredita vai doar de modo proporcional a sua convicção. Nos EUA um indício que permite adivinhar o vencedor de uma Eleição é justamente o número de doações individuais, pois quem doa é mais sucessível de votar do dia decisivo.

O deputado prefere financiamento público ou “meios próprios”, talvez alguns poços de petróleo ou as minas de diamante que dão saudades ! Afinal é mais fácil do que prestar contas às pessoas, que podem retirar seu financiamento se verem sua confiança traída, com quem devemos negociar para agradar e procurar um consenso, basta a auto-promoção como salvador da pátria e capturar uma fonte de renda. O Deputado não quer prestar contas ao eleitor, e aqui coincide com as palavras de seu presidente quando questionado sobre os Lexus: Isto é do foro da assembleia, aqui o eleitor não se mete.

Há uma proposta de “autonomia financeira” da assembleia em nome da “separação dos poderes”, que será perigosa para os bolsos dos cidadãos, pois a primeira coisa que os parlamentares mais autónomos de África fizeram foi aumentar seus salários: 15.000$ por mês na Nigéria, 13.000$ no Quénia, etc. Alias os próprios deputados Angolanos violaram a lei do OGE para receber os carros de apoios, Toyotas Hilux, em acto de rebeldia ao Governo.

Que a UNITA seja a futura FNLA.

Concluindo, a reacção, na forma e no seu conteúdo, diz muito sobre a UNITA, e sua capacidade de participar em um ambiente publico realmente plural, não apenas com vários partidos e “membros da sociedade civil” que são os mesmos colegas de sempre, mas em um fórum aberto com qualquer Angolano que tenha uma conta no X e no Facebook. O Partido já cumpriu seu papel histórico de quebra-gelo, obrigando o MPLA admitir o principio de pluralidade, do mesmo modo que a FNLA antes de si cumpriu o seu papel de saco de pancada do Exercito português, alias merecido por conta dos massacres que cometeu em Março de 1961, e devera em breve deixar o caminho livre para a uma real pluralidade de vozes.

Parte da sociedade deve abandonar seu preconceito positivo a favor da UNITA, dando a eles um beneficio de duvida ilimitado, talvez por conta da divida moral contraída pelos anos de luta do partido, porém se a democracia é livre escolha entre opções equivalentes, então devemos tratar a UNITA e o MPLA com o mesmo grau de cepticismo e rigor.

Referencia:

1- O Comunicado da UNITA:

O Grupo Parlamentar da UNITA (GPU) acompanha com atenção as notícias postas a circular nas redes sociais sobre o usufruto de viaturas protocolares pelos Deputados e as reacções daí resultantes, pelo que esclarece o seguinte:

  1. A lei confere aos Deputados à Assembleia Nacional o direito ao usufruto de uma viatura protocolar e outra de uso pessoal para se deslocarem e servir os cidadãos no decurso do mandato.
  2. As viaturas são propriedade da Assembleia Nacional e não são ofertas aos Deputados, como se propala. Quando o Deputado termina ou interrompe o mandato as viaturas ficam na Assembleia Nacional.
  3. As viaturas foram entregues aos Deputados na primeira semana de Dezembro de 2023, facto que foi tornado público pelo Sr. Secretário Geral da Assembleia Nacional (SGAN) em sede de uma conferência de líderes e pelo Grupo Parlamentar da UNITA, a 30 de Novembro de 2023 , em conferência de imprensa.
  4. O Grupo Parlamentar da UNITA entende que a desinformação e as especulações que agora surgem sobre o cumprimento de uma lei e uma prática vigentes desde a Primeira Legislatura visam unicamente desviar a atenção dos angolanos das questões relevantes de interesse nacional, que incluem os atentados graves à Constituição perpetrados pelo Presidente da República, a insustentabilidade da Dívida Pública e a corrupção, assim como anular as fortes críticas que o público em geral está a dirigir ao Sr. Presidente da República pelo escândalo das suas férias nas Ilhas Seychelles[sic], em desconformidade com a realidade da pobreza e de um Orçamento Geral do Estado deficitário.
  5. O Grupo Parlamentar da UNITA nada tem a ver com o processo de selecção ou compra dos bens que constituem o património da Assembleia Nacional, porque não tem qualquer responsabilidade na execução do orçamento da unidade orçamental Assembleia Nacional.
  6. Quaisquer informações sobre o processo de aquisição e distribuição das viaturas podem e devem ser solicitadas ao Conselho de Administração da Assembleia Nacional (CAAN).

2- Este texto ignora o artigo ortográfico.

Sobre a viagem de João Lourenço para as Ilhas Seicheles

Sobre a viagem de João Lourenço para as Ilhas Seicheles,

O escândalo do ano, ou pelo menos o último, até que, porque faltam algumas horas para acabar, é que o João Lourenço foi passar ferias nas Ilhas Seicheles com 30 pessoas, pelo menos é assim que as pessoas estão a publicar nas suas redes sociais. Como se fosse algum tipo de escândalo, na verdade não é, o único escândalo aqui é a quebra do protocolo de segurança, porque este escândalo surgiu de uma fuga de informação em que a lista de passageiros foi vazada nas redes sociais. E a senhora que foi presa por cometer este crime, disse que foi um erro porque ela estava a tentar mandar a lista para o comandante de bordo utilizando o WhatsApp, que é uma quebra de sigilo, uma quebra de segurança. Ela devia ter usado um e-mail corporativo em que há controle na difusão das informações. Na verdade, também não é um escândalo porque o presidente está a viajar apenas com 10 familiares, alguns de seus filhos e seus netos.

As outras vinte pessoas são, na verdade, membros da equipe de apoio ao Presidente da República, contando seis membros da tripulação do avião, babás para as crianças, assistente para a Primeira-Dama e para o Presidente, o chefe da sua equipe de segurança e o chefe da Casa Civil.

Claro que isso custa muito dinheiro, viajar com trinta pessoas, mas não é nada estranho porque é responsabilidade do Estado angolano e no interesse de todos os angolanos que o Presidente da República esteja seguro, porque toda forma de atentado contra a segurança nacional do país, seja esta uma ameaça externa, como uma guerra, ou interna, como um golpe de Estado, terá na sua lista de ações possíveis.

Sendo que, se a segurança do Presidente da República for deficiente, torna se mais fácil o pais ser vitima de uma ação hostil. E essas ações hostis colocam, por definição, a vida dos angolanos em risco. Não apenas em risco de perder a sua vida, mas em risco de perder os seus bens e de ver o quadro legal do país alterado de maneira não consensual.

É responsabilidade do Estado o proteger e dar os meios de cumprir suas funções mesmo a distancia, logo foi acompanhado por 30 funcionários públicos, incluído o seu chefe da Segurança e o Director da Casa Civil. O Ekuikui pode nos dizer se Jonas Savimbi andava sem segurança e sem radio ?

Desempenhando as funções de Presidente da República, o cidadão João Lourenço tem o direito de gozar férias. Ainda mais, ele goza férias com os seus netos, tendo em conta a sua idade e o tempo limitado que lhe resta em terra. Este é um direito que não lhe pode ser negado e, aliás, é nossa responsabilidade garantir que ele possa gozar dos mesmos, pois estes são momentos preciosos para qualquer ser humano.

A lista vazada deixa-nos margem para desconfiar de que haja um segundo avião que seguirá para as Seicheles com o presidente. Porém, esta lista do avião B ainda não foi vazada. Isto deixa-me entender que este avião tem apenas pessoal de apoio, como equipe de segurança, equipe médica e equipe administrativa adicional de segundo escalão.

Então, contrariamente à impressão que os oposicionistas querem criar de que esta seja uma viagem exorbitante no estilo de Mobutu Sese Seko, que mandava vir bolos desde a Europa para ele comemorar os seus aniversários, estamos apenas diante de uma situação em que um avô quer desfrutar momentos de paz e de lazer com seus netos, aliás, num lugar que é bonito e de uma forma que devia ser incentivada aqui no nosso continente.

Este episódio nos diz muito mais sobre a mentalidade dos oposicionistas, sendo que eles são capazes de utilizar qualquer informação, seja ela verdadeira ou não, de modo a sujar a imagem do presidente e ganhar vantagem política. Tudo pela bancada, como consta em uma letra de kuduro.

Um video publicado pelo Nelito Ekuikui no Twitter (X) demonstra a forma do argumento:

A primeira questão que se coloca é que necessidade o Presidente da República tem de levar mais de 40 pessoas numa viagem privada de férias? Que necessidade tem ele num espaço tão caro que tem de fretar aviões pagos pelo nosso dinheiro, dinheiro do Estado, numa altura em que o nosso país atravessa uma crise financeira profunda? O Sr. Presidente tem o direito de passar férias com quem ele quiser, no espaço nacional ou internacional, desde que quem assuma as despesas são as suas poupanças dos salários. O Sr. Presidente não tem o direito de gastar dinheiros do horário público para convidar toda a sua família e embarcar para as ilhas do Seychelles. Não tem este direito.

Por quê? Ele é mero gestor e não tem o direito de gastar o dinheiro da Angola como bem entender. Esse é o primeiro ponto. Segundo, que necessidade o Presidente tem de levar o seu diretor de gabinete, de levar oficiais de campo, enfim, tudo isso numa visita privada? Se é visita privada, a visita do Sr. Presidente vai passar o final do ano, dias de férias, na República da Seychelles.

Logo, não tem razões de levar um aparato tão elevado para gastar dinheiro dos cofres da Angola. Portanto, os questionamentos que eu faço é quem está a pagar essa viagem do Presidente? Terá razões o Presidente de gastar rios de dinheiros para esta viagem que diz-se privada? Terá necessidade o Presidente de levar tanta gente para esta visita privada? Quando há gente a morrer de fome em Angola? Quando há gente que morre na porta dos hospitais? Governar é sensibilidade, é preciso ter alguma sensibilidade. Eu vi ontem o cumprimento do final de anos realizado na Cidade Alta, com toda a pompa e circunstância, dança, música, bebida.

Nelito Ekuikui, no X.

A hipocrisia esta no pico pois ao mesmo tempo que faz apologia da austeridade, sua colega Mihaela Webba defende o prémio de instalação de 20 milhões para deputados por cima do salário e dois carros (protocolar e de apoio) que gozam, como justificar isto? Tirando o Nuno Dala, que vivia na casa da mãe, a maioria são adultos que já tem casa própria antes do cargo.

Falando apenas, deixa de dizer não ao MPLA, muitas pessoas, a sociedade civil inclusive, diz que num país de tanta fome, tantas situações de dificuldade para o povo em geral, a UNITA validou, vai validar os 22 milhões de quasos para o início do mandato de um deputado, quando, na verdade, devia declinar, não validar e se calhar validar outros pontos, mas que pudesse então aí ser mais valia para o povo. Então, resumindo, por que que a UNITA validou os 22 milhões de quasos para o início do mandato de um deputado? Primeiro. Sendo que estamos num país com extrema pobreza, a sociedade civil.

Estamos num país com extrema pobreza e há necessidade de alterar a mentalidade das pessoas. Primeiro, por que que Angola está em extrema pobreza? Ok, por que doutora? Por que os dirigentes ganham mal e roubam em 2 milhões de quasos?

Webba sobre os 20 milhões.

Os mesmos deputados, incluindo os da oposição, ainda querem autonomia orçamental para aumentar seus salários e regalias sem interferência do presidente da republica.

Enquanto todos os Angolanos querem ser “deputados que ganham mal”, mas nunca renunciam aos cargos por “patriotismo”, mas uma loja do Sequele trocou todos os Angolanos por Malianos pois o dono estava cansado dos esquemas das funcionárias Angolanas.

Essas pessoas, com o Ekuikui, não percebem que esta maneira de fazer política do tudo ou do nada terá como efeito, a longo prazo, tornar a democracia impossível em Angola.

Porque a definição correta da democracia é a livre escolha de seus dirigentes. Mas, na verdade, é o direito de livre escolha e opções políticas. Ora, é impossível a pessoa ter a liberdade de escolher se a pessoa é incapaz de ter consciência da diferença entre as mesmas. Ou seja, se você não é capaz de perceber a verdade, e quando suspeitas que todos os participantes são oportunistas hipócritas, e que dizem apenas o que lhes convém.

Ora, esta forma de fazer política que procura criar agitação a todo custo, a todo preço, à custa da verdade, torna a democracia impossível, porque as pessoas não vão conseguir escolher se não têm a capacidade de confiar na veracidade das escolhas disponíveis. Se acham que tudo que se diz é uma forma de sofistica de tentar criar indignação por meio da demagogia.

Algumas pessoas no X reagiram contra as muitas criticas feitas contra o Ekuikui, dizendo que eram injustas porque ele não é gestor publico.

Não é ataque, mas critica com o argumento que a UNITA está a ser hipócrita e oportunista Por não ser gestor público mesmo que devemos criticar o Nelito e a UNITA, sem a arrogância do poder podem nós ouvir mais facilmente e influenciar o MPLA por contágio, afinal são as pessoas que mais passam tempo com eles.