Comentário de José Macuva sobre a agenda governativa da UNITA.

Comentário de José Macuva sobre a agenda governativa da UNITA.

A UNITA está preparada e pronta para governar Angola com todos para o bem de todos. A nossa agenda governativa terá no centro das atenções, a realização plena do angolano, por via da implementação do programa de emergência nacional assente em sete eixos fundamentais, tais como:

– Governo Participativo e Inclusivo, Nova Cultura de Governação

– Programa Integrado de Emergência Nacional

– Combate à Fome e à Pobreza (CFP)

– Igualdade de Oportunidades

– Reestruturação da Economia

– Pluralismo na Comunicação Social

– Valorização da Família

Adalberto da Costa Junior, nota da Pagina Oficial da UNITA no Facebook, 15 de Maio de 2022

Texto de José Macuva Chipalanga:

A UNITA na pessoa do seu presidente apresenta-nos a sua linha de força assente nos setes pontos abaixo.

Devo dizer a respeito que em primeiro lugar os políticos não realizam tarefas que eles prometeram nas eleições. A acção de todos governos é elaborada depois que estejam no poder, atendendo os interesses do seu grupo de apoio, nomeadamente empresários e políticos.

Ainda assim, se quisermos dar o benefício da dúvida, muitas outras questões precisam ser esclarecidas. Para um leitor exigente, o importante não é apresentar o que irão fazer, mas sim como irão fazer isso. Nós precisamos uma explicação detalhada de como pretenderão alcançar as vossas propostas.

Por exemplo:

1- O que é isso de governo participativo e inclusivo? Um governo onde convivam comunistas, socialistas democráticos e libertários como eu por exemplo? Como isso iria se operacionalizar cada um puxando para o seu lado? Em que base assenta essa ideia de nova cultura de governação?

2- Em que assenta esse Programa Integrado de Emergência Nacional? Qual é o fundamento desse programa?

3- O actual governo também tem um programa de Combate à Fome e à Pobreza, que diga-se tem sido um fiasco completo é servido mais para os políticos drenarem o erário. É dos programas mais defendidos por políticos. E aí, como vocês combaterão a pobreza? Aliás, como é que se combate mesmo a pobreza? O que é mesmo a pobreza? Não estarão também imbuídos do engodo de confundir os diferentes níveis de padrões de vida com a pobreza? Vocês também não são da ideia de que todo mundo que vive em zonas rurais é pobre e fundamentar o vosso programa na base de assistencialismo? Eu escrevi um artigo sobre a pobreza, e tudo o que digo é que a pobreza não se combate com assistencialismo, mas sim com a liberdade. Liberdade significa menos estado importunado a vida dos produtores, menos impostos, burocracias e o respeito absoluto pela propriedade privada e contratos. Liberdade é a terra ser propriedade privada. Será isso que vocês defendem?

4- Igualdade de Oportunidades é o que? Que todos sejam iguais perante a lei? Como operacionalizar isso com sistema de legislação que como sabemos visa exclusivamente defender o interesse dos políticos?

5- Reestruturação da Economia, parece-me o ponto mais importante. Como se estrutura uma economia? Quererá isso significar diversificar a economia, que no fundo é dirigismo econômico? Sendo a economia, a lógica da acção humana, como bem diagnosticou Ludwig Von Mises, como é que se reestrutura? Vocês têm um sonho e querem que todos nós lutemos para concretizar o vosso sonho? Será que reestruturar a economia é uma especie de tornar o Huambo em Lisboa, ou Paris, para não falar em Califórnia? Voltando a Mises, ele dizia que a tarefa de um economista é dizer ao governo o que não deve fazer. Será isso que vocês pretendem? Já agora quem é o economista que coordena a política econômica da UNITA? Quais são os seus posicionamentos? É comunista, keynesiano, Chicaguistas?

6- Nos países mais liberais e por sinal desenvolvidos, não existe isso de Ministério da comunicação social, tão pouco agências reguladoras de jornalistas. É isso que pretendem?

7- Valorização da Família, como? Com toda depravação social causada pela política, união forçada de famílias, com o estado querendo chamar para si a educação das crianças, com um sistema judicial exótico, como poderão valorizar a família? O que é que está a corromper as famílias nacionais?

Por fim alguma das minhas questões. Que modelo de governo defendem para o nosso País? Pensam em alguma forma de descentralização real? ( não estou a falar da autarquia)

Qual modelo educacional vocês defendem? E o sistema judicial? Como pretendem gerir os recursos provenientes do petróleo?

Enfim, não basta manifestar uma cartilha de intenções, é preciso um política real e meios adequados para esses fins.

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